Materiais:
Enviada em: 19/07/2017

Mérito na defesa da justiça social   A geração de empregos, favorecida pelo crescimento econômico, e os programas sociais possibilitaram - em uma década - a retirada de significativa parcela de brasileiros da extrema pobreza. Contudo, a estagnação econômica e a crise política dos últimos anos vêm impactando severamente essa população em maior fragilidade social, resultando em um aumento da pobreza em território nacional.   Apesar de ser pouco abordada pela imprensa e ser lançada anualmente, como dados frios de uma estatística, pelo IBGE há no país uma população de cerca de 20 milhões de brasileiros que têm na renda de R$85,00 seu sustento familiar mensal. Tal montante impossibilita a vida digna a qualquer ser humano, uma vez que além da fome essas pessoas são desprovidas de moradia, educação, saúde, trabalho, acesso à justiça e informações acerca de seus direitos básicos como cidadãos. A essa fração da população programas sociais são indispensáveis para promover o sustento mínimo de suas famílias, uma vez que o Estado é ineficaz em assegurar um dos pilares de sua própria Constituição: a justiça social.    Em um contexto de valorização individual, "self made man", cuja fala meritocrática tornou-se um hino na justificação do sucesso profissional e financeiro de uns em detrimento de outros, observa-se muita crítica acerca de programas de auxílios governamentais à essas populações em extrema pobreza, entoando-se comumente a frase: "não se deve dar o peixe, deve-se ensinar a pescar". No entanto, é válido ressaltar a dificuldade em profissionalizar-se e concorrer a um emprego quando a luta diária pela sobrevivência busca superar um inimigo pouco comum aos adeptos da meritocracia: a fome e a fragilidade de saúde.  Tendo em vista a necessidade de assegurar condições mínimas para a vida com dignidade de cidadãos em condições vulneráveis é imprescindível que haja o aumento quantitativo de programas sociais governamentais, como o Bolsa Família, com o intuito de ampliar o alcance a um maior número de brasileiros. Além disso, é necessário o estímulo à qualificação profissional por meio de cursos técnicos, bem como a geração de empregos pelas prefeituras locais, com apoio do Estado, buscando o aumento da oferta de serviços, por exemplo em obras públicas. Desse modo, observa-se que somente com o apoio da sociedade e ação do Estado poderá ser garantido a vida em uma sociedade realmente democrática, proporcionando à todos direitos e deveres iguais, em que todos os seres humanos são dignos e tratados com a mesma importância.