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Enviada em: 22/07/2017

A persistência da pobreza no Brasil é algo que poucos negam. Do liberal de direita ao progressista de esquerda, todos concordam que este problema endêmico precisa ser combatido. No entanto, em meio ao acentuado debate ideológico que tomou conta do país, perdeu-se de vista o cerne da questão. É hora de esquecermos os modelos utópicos de Smith e Marx e focarmos o problema. Para tal, a conciliação das virtudes de cada modelo, bem como de seus defensores, é o melhor caminho a ser seguido.       É importante destacar que a melhora nos indicadores econômicos e sociais, dentre eles a pobreza, entre 1994 e 2013 não foi fruto de uma única linha de pensamento. Foram combinadas ações tanto econômicas liberais quanto sociais redistributivas. Portanto, a atual crise não se resume à falha deste ou daquele modelo, mas ao esgotamento das práticas que vinham sendo empregadas.       Apesar disso, o que mais se escuta são opiniões que defendem uma guinada de 180 graus ou outras que se negam a reconhecer a crise e reivindicam a manutenção do antigo modelo. Este debate acalorado cega seus participantes para aquilo que nos colocaria de volta no rumo do fim da pobreza: mesclar ações de liberdade econômica com práticas redistributivas e assistenciais.       Portanto, nossos governantes precisam diminuir o peso do estado sobre os agentes econômicos, reduzindo a burocracia e a carga tributária. Deve também buscar uma reforma tributária mais justa, que diminua o peso relativo dos impostos na renda dos mais pobres e aumente para aqueles que possuem maior capacidade contributiva, usando tais recursos para amenizar a desigualdade. Não obstante, a sociedade civil deve agir pela via filantrópica, buscando prover aos mais pobres - onde o estado não chega - as necessidades básicas para uma vida digna. Somente assim, conciliando nossas diferenças ideológicas e agindo em conjunto, daremos continuidade ao processo de redução de pobreza em nosso país.