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Enviada em: 18/09/2017

A lenda do nó górdio, da mitologia macedônica, conta a história de um lenço muito rígido, de difícil solução, que fora desfeito apenas pela espada de Alexandre, o Grande. Devido aos seus efeitos e a sua crescente taxa anual, a pobreza torna-se um nó górdio ao Brasil, visto que afeta mais da metade da população, impedindo o avanço da nação. Nesse viés, medidas legislativas, midiáticas e educacionais necessitam ser aplicadas, para que, quiçá um dia, esse nó seja desfeito de forma efetiva no país.    Émile Durkheim teoriza, em sua tese do corpo social, que a comunidade comporta-se como um organismo biológico, autorregulado pela relação de seus indivíduos com o meio. Partindo da ideia do sociólogo, a pobreza age como tumor maligno ao corpo brasileiro, pois, além de já afetar a maioria dos lusofono-americanos, cresce exponencialmente, tendo a projeção de que o número de pessoas vivendo na pobreza no Brasil sofra acréscimo de mais de dois milhões de indivíduos até o fim de 2017. Dessarte, atitudes que combatam a pobreza precisam ser tomadas tanto com abrangência quanto com urgência no país, uma vez que - como na teoria durkheimiana - esse problema prejudica toda a esfera nacional.      A pobreza é, certamente, um problema global. Todavia, no país, essa adversidade faz-se ainda mais presente, em função da estratificação social existente desde os primórdios do Brasil colonial. Essa estagnação financeira é fruto de um sistema educacional público ruim e de um mercado de trabalho cada vez mais exigente, o que possibilita apenas aos que podem pagar por formação pedagógica ocuparem postos estáveis e prestigiados na economia nacional. Além disso, a enorme burocratização judiciária exigida para abrir uma pequena empresa no país dificulta que os atuais desafortunados melhorem sua condição financeira, deixando-os a margem da sociedade economicamente ativa. Nesse ínterim, providências que possibilitem o cidadão de baixa renda ascender socialmente também devem ser tomadas para que o pauperismo diminua no país.    Para desentrelaçar o nó górdio da pobreza no Brasil, o Ministério da Fazenda deve dar incentivos fiscais e empréstimos a microempreendores, incentivando a criação de novas empresas e empregos, como já é feito com efetividade em países como Austrália e Suíça. Ademais, a mídia pode promover programas que ensinem finanças básicas ao público para que se diminuam as dívidas particulares; medida que evitaria o débito atual dos trabalhadores. Porém, para combater a pobreza em nível totalitário, precisa-se melhorar a educação básica do país, diminuindo a estratificação social histórica brasileira. Com essas ações, o incentivo mercantil, a conscientização populacional e a melhoria educacional far-se-ão como espadas alexandrinas, garantindo uma nação livre da miséria no futuro.