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Enviada em: 15/10/2017

No início do século XXI, o Brasil surpreendeu o mundo com resultados significativos no combate a fome e a pobreza por meio de ações governamentais, retirando mais de 20 milhões de pessoas da miséria. Entretanto, diante da atual instabilidade política e do aprofundamento da crise econômica pela qual o país atravessa, observa-se a volta do crescimento da pobreza, o que demonstra as fragilidades do processo emancipatório observado nos últimos anos. Isso ocorre principalmente pela manutenção da concentração de meios de produção, como a terra, bem como pelos baixos investimentos em educação pública.       Desde o início do processo de colonização do Brasil, diversas medidas governamentais colaboraram para o aprofundamento das desigualdades sociais, sendo a concentração de terras a primeira delas, por meio da instituição das Capitanias Hereditárias e do sistema de Sesmarias. Outrossim, Karl Marx aponta que, por não deter os meios de produção, resta ao proletário vender sua força de trabalho. Ocorre que no Brasil, entretanto, além do trabalhador não possuir os meios de produção, o labor foi executado, por muitos anos, com mão de obra escrava, o que aprofundou ainda mais as desigualdades e a pobreza no país.       Ademais, segundo Nelson Mandela "a educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo". Entretanto, no Brasil, a educação de qualidade ainda é artigo raro. Apesar do crescimento quantitativo do ensino, levando o Brasil a atingir uma universalização no ensino básico, o país ainda peca em qualidade. Os índices de desempenho das escolas públicas ainda estão muito aquém das particulares, o que perpétua as desigualdades no país e diminuem, significativamente, as chances de ascensão social das camadas mais populares.       Diante disso, demonstra-se preocupante a volta do crescimento da pobreza no Brasil, exigindo-se medidas mais consistentes no combate desse problema. Faz-se necessário, portanto, que o INCRA seja mais ágil e eficiente no processo de desapropriação de latifúndios improdutivos, possibilitando a instalação de assentamentos rurais, com acompanhamento técnico, gerando produção e renda para famílias campesinas. Por outro lado, o Ministério da Educação deve aumentar o investimento nas escolas públicas, proporcionar a qualificação dos profissionais e aumentar a remuneração dos professores, de modo a buscar elevar a qualidade do ensino e proporcionar uma melhor formação.