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Enviada em: 31/03/2018

Graciliano Ramos, em seu livro Vidas Secas, expressa dramaticamente a situação de miséria e desesperança vivenciada pelas personagem nordestinas em meio ao clima árido da região. Nesse viés, a supracitada realidade do século XX, possui raízes nos dias hodiernos no que tange a evidenciada concentração de renda e marginalização da população periférica brasileira.     Em primeiro lugar, é preciso compreender que a emergencial economia do Brasil não implica diretamente nas taxas de pobreza. É notório que, em países desenvolvidos, como a França, também encontram-se pessoas com baixa renda. Nesse sentido, a concentração monetária de nosso país, detida entre 1% da população, determina a precariedade do estilo de vida urbano e rural de 99% dos brasileiros. Além disso, o Estado, apesar de implícito na Constituição de 1988, não garante os Direitos Humanos de forma democratizada, assim, o subdesenvolvimento ainda é crescente.    Ademais, não há como negar que a ascensão social desse grupo é delimitada. Em decorrência disso, podemos observar um grande número de moradores de rua, estimados em mais de 100 mil segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), que estão sem respaldo e à margem da sociedade. Por outro lado, deve-se saliência ao programa Bolsa Família, instaurado no Brasil em 2004, o qual diminuiu consideravelmente a subnutrição. Nada disso, porém, seria tão prejudicial se houvesse a reorganização das ideias do governo e da sociedade.     Fica clara, portanto, a primordialidade de políticas públicas que retirem a capa de invisibilidade desses indivíduos. Para tal objetivo, o Ministério do Trabalho, com apoio do Legislativo, deve determinar que, em obras públicas, sejam contratadas pessoas de baixa renda a fim integrá-los socialmente e no mercado de trabalho. Em consonância, a Receita Federal deve destinar uma maior parcela dos impostos à saúde, escolaridade e moradia de todos aqueles que são espelho da família de Fabiano na obra da segunda fase da prosa modernista.