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Enviada em: 23/04/2018

Ao longo do processo de formação do Estado brasileiro, do século XVI ao XXI, setores sociais foram segregados. Nesse ínterim, observa-se que os impactos da reforma brasileira do ensino médio estão relacionados a fatores de ordem social e política. Com isso surge a problemática da falta de ações eficientes que sejam de fato executadas pelo Estado.    É notório que a falta de diálogo entre os representantes do governo e os professores, por causa dos argumentos do ministro da educação de que deve haver urgência, contribui para que tenhamos resultados negativos. Segundo Paulo Freire, a educação é um ato de amor e coragem, não podendo temer o debate e a análise da realidade, não pode fugir à discussão criadora sob pena de ser uma farsa. Seguindo essa linha de pensamento, observa-se que ao cercear a possibilidade de debate e argumentação dos professores sobre a reforma que está sendo imposta, fere os princípios de liberdade e igualdade vigentes na Constituição Federal de 1998, o que contribui para um desencontro entre o que está proposto no papel e a realidade.     Outrossim, destaca-se a negligência por parte Estado no tocante a ações que melhorem a estrutura das escolas e a valorização salarial do professor, visto que está sendo proposto ensino de tempo integral. Nesse contexto, observa-se que implantar uma reforma no ensino médio sem antes melhorar a estrutura das escolas e pagar salários dignos aos professores, não irá contribuir para que o desenvolvimento de fato ocorra, visto que o corpo escolar não estará em harmonia suficiente para que as ações sejam desenvolvidas.Essa é a opressão simbólica da qual trata o sociólogo Bourdieu ao afirmar que a violência não consiste somente no embate físico,mas sobretudo na violação aos Direitos Humanos.    Entende-se, portanto, que a reforma brasileira do ensino médio deve ser feita em consonância com as melhorias dos aspectos estruturais e financeiros, para que haja de fato mudanças significativas.A priori, é vital que haja um maior diálogo entre os responsáveis pela educação, por meio da convocação dos líderes das escolas para uma reunião com o Ministro da Educação em Brasília, para que aqueles apresentem os argumentos e o que precisa ser melhorado antes da implantação, com intenção de que seja sanado os problemas. A posteriori,cabe ao Governo Federal aumentar os investimentos no Ministério da Educação, para que haja melhorias nas estruturas das escolas, refeições de qualidade, além de uma equipe especializada em fiscalizar se os investimentos estão sendo de fato aplicados de forma eficiente e produtiva, a fim de alcançar resultados condizentes com as propostas apresentadas no papel, que visa principalmente a erradicação da evasão escolar.Assim, esse fato será minimizado.