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Enviada em: 11/06/2018

É incontrovertível que o Ensino Médio brasileiro necessita de mudanças. Nesse sentido, pode-se notar que os métodos de ensino encontram-se ultrapassados, pois não acompanham a atual geração. Contudo, a reforma prevista pelo Governo, por não ter sido desenvolvida por meio de profundos debates a respeito do assunto, poderá provocar inúmeros efeitos negativos, que devem ser analisados.       A priori, sabe-se que que um dos pontos presentes em tal reforma é a adição de uma capacitação técnica ao Ensino Médio e a provável remoção de matérias como, filosofia e sociologia do currículo obrigatório. O pedagogo Paulo Freire afirmou que "ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção". Entretanto, contrapondo tal pensamento, essas alterações poderão ser responsáveis pela formação de indivíduos não pensantes e alienados, uma vez que haverá uma maior valorização da formação tecnicista, e uma diminuição de discussões em sala de aula, promovidas pelas disciplinas supracitadas, que visam a geração de opiniões próprias e o desenvolvimento de cidadãos atuantes em sociedade.      Outrossim, convém destacar a modificação da carga horária anual, que passará de 800 horas para 1400 horas. Hodiernamente, é possível notar que a escola apresenta-se pouco atrativa à atual geração, pois de acordo com a filósofa Regina Casé, muito se assemelha ao sistema industrial. Sirenes que tocam indicando o início e o fim das aulas, e a restrição a ambientes fechados, são símbolos que configuram um processo de produção fabril. Desse modo, caso esse cenário não seja mudado por meio de medidas promovidas pelo Estado, o aumento da quantidade de horas apenas intensificará esse problema e tornará a escola cada vez menos agradável e estimulante para a educação.     Dado isso, o Governo deve reavaliar e reformular essa medida provisória com a participação de pedagogos e outros profissionais da área educacional, incluindo a ela a adoção da tecnologia em sala de aula, a criação de materiais com novas didáticas, e a capacitação de professores, para que utilizem novas metodologias que se adaptem a essa era digital, tornando a escola um lugar mais aprazível e formador de cidadãos críticos, capazes de modificar a sociedade em que vivem.