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Enviada em: 30/07/2018

Na antiguidade clássica, não haviam escolas. As primeiras academias  de Platão eram espaços de reflexão, conversação e experimentação autônomos. Hodiernamente, esse modelo de educação é bastante idealizado por estudantes e professores brasileiros, entretanto, reformas previstas pelo Poder Executivo para o Ensino Médio caminham no sentido contrário a esse anseio em muitos aspectos e impactam diretamente no futuro de discentes e docentes.      Nesse contexto, averigua-se que a Medida Provisória relativa à transformações no ensino médio prevê como principais mudanças o aumento da carga horária dos alunos, a instauração de cursos técnicos, a permissão para serem docentes os profissionais que não são obrigatoriamente professores, mas entendem de determinada área e a redução de matérias.  Apesar de as transformações serem estritamente necessárias, a que está sendo imposta, visto que não teve consulta popular, apresenta diversas inconsistências. Dentre elas é importante destacar o aumento da carga horária que será extremamente exaustiva. Não é por passar mais tempo no colégio que o estudante se tornará produtivo, é necessário ter um período para estudar sozinho.      Além disso, a instauração do projeto conhecido como ¨Notório Saber¨ em que profissionais de certa área podem trabalhar como magistérios , poderá causar uma desvalorização acentuada de professores, assim como a desobrigatoriedade de se estudar algumas matérias.  É importante que haja uma uma diminuição no número de conteúdos e não de disciplinas, pois todas têm a sua importância. Ademais, é  inviável que os estudantes possam aprofundar somente em um conteúdo, em razão de existirem cursos multifacetados que precisam de aprofundamento em mais de uma matéria, e que estejam prontos para decidir sua profissão com tão pouca idade. Se colocadas em prática as modificações da forma em que estão previstas os impactos serão certeiros. Jovens limitados a determinados campos de atuação e despreparados para o atual mercado de trabalho e professores ainda mais desvalorizados.      Logo, para que as mudanças no Ensino Médio sejam eficazes, é imprescindível que o Poder Executivo convoque um plebiscito a fim de entender as propostas colocadas pela população. Feito isso, é necessário que Ministério da Educação mantenha a obrigatoriedade de se estudar todas as disciplinas, mas reduza o número de conteúdos com o intuito de fazer os alunos aprofundarem naquilo que estão aprendendo. Além disso, é fundamental que a carga horária dos discentes seja estipulada em no máximo mil horas por ano. Nesse período, os estudantes podem ter acesso à monitorias, oficinas de arte, palestra sobre profissões, aulas práticas relacionadas à experimentações químicas, físicas dentre outras. Dessa forma, a educação da antiguidade não será mais motivo de ambição.