Materiais:
Enviada em: 23/06/2018

Durante o governo de Getúlio Vargas, foi criado o Ministério da Educação e estabeleceu-se a educação primária obrigatória. Hodiernamente, o setor educacional se encontra em crise devido à deficiência estrutural e à falta de investimentos governamentais. Nesse viés, a implementação do Novo Ensino Médio acarreta o surgimento de dificuldades de adaptação das instituições ao novo modelo de ensino e, paralelamente, acentua os problemas juvenis ligados à identificação no mercado de trabalho.       De acordo com o antropólogo e historiador Darcy Ribeiro, a crise educacional brasileira se deve à falta de planejamento e investimentos a longo prazo. Nessa conjuntura, ressalta-se que o estabelecimento de uma reformulação do modelo de ensino em pleno vigor do Projeto de Emenda Constitucional 241, que termina o congelamento de investimentos nos setores de base durante vinte anos, pode acentuar a problemática da educação, uma vez que, a implementação do estudo técnico requer direcionamento de verbas para o seu desenvolvimento. Ademais, sabe-se que as condições estruturais das escolas ainda não são suficientes para suprir a demanda de alunos regulares, aspecto comprovado pelo constante noticiamento de falta de professores e que evidencia a necessidade de maior planejamento para a consolidação da reforma.       Paralelamente, é necessário ressaltar que a precocidade da escolha profissional pode contribuir para o surgimento de problemas ligados à exigência social e à falta de identificação dos jovens com a função de irão exercer. Segundo o sociólogo húngaro György Lukács, a “coisificação” é responsável pela transformação do indivíduo em objeto na Era do Capitalismo, processo no qual se ocultam os traços de essência fundamentalmente humana e supervaloriza-se o produto por ele produzido. Nessa conjuntura, entende-se que a adaptação do setor do Ensino Médio do Brasil a um modelo de formação de mão de obra em massa configura uma problemática ampla no que se refere à valorização dos jovens, futuros trabalhadores, e ao estabelecimento do convívio social.       Urge, portanto, que ações sejam efetivadas para atenuar os possíveis impactos da reforma da problemática. Mormente, cabe ao Governo Federal direcionar recursos ao Setor da Educação, por meio de financiamentos estaduais e municipais, com o fito de reestruturar os institutos para que tenham condições estruturais para implementarem uma reforma. Concomitante, compete ao Ministério da Educação (MEC)  reformular a aplicação da lei da Reforma do Ensino Médio por meio da elaboração de uma base curricular que amplie a abordagem das matérias de Relações Interpessoais, Filosofia e Sociologia em detrimento das matérias formação de mão de obra técnica. Dessa maneira, talvez seja possível reduzir os impactos da reforma do Ensino Médio no Brasil.