Materiais:
Enviada em: 30/06/2018

" O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele". A frase do filósofo Immanuel Kant pode ser usada para retratar a importância da educação na vida do cidadão. Todavia, modificações educacionais ao longo da história brasileira contribuíram para uma educação falha e engessada dos alunos. Vale citar o atraso da inserção das mulheres nas instituições de ensino superior, que só foi permitida em 1879, durante o Império. Outrossim, cabe ressaltar que, hodiernamente, o país enfrenta a tramitação de uma Medida Provisória para a reformulação do ensino médio, a qual é alvo de críticas negativas por ser limitante e não oferecer meios de implantação rápida nas escolas.      Desde a fundação da primeira escola brasileira, em 1554, por jesuítas, o país enfrenta inúmeras reformulações educacionais. Ressalta-se a Reforma Capanema, que ocorreu na Era Vargas, que tinha o fito de melhoramento do sistema de ensino, mas era parcialmente segregadora, pois oferecia disciplinas profissionalizantes aos mais carentes e uma formação teórico-pedagógica às classes mais abastadas. Na atualidade, a Medida Provisória que encabeça a reestruturação educacional do ensino médio é vista como mais uma medida limitante, uma vez que, os itinerários educativos oferecidos (Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza, Ciências Humanas e Ensino Profissionalizante) serão facultativos por escola, cabendo ao aluno poucas escolhas para o curso dessas disciplinas ou a mudança de instituição de ensino para outra que ofereça os conteúdos de seu interesse.         Outro fator a ser discutido diz respeito a ausência de estrutura das escolas públicas, dificultando a implementação do novo modelo supracitado. Consoante reportagem da Revista Exame, em 2018, as escolas não possuem suporte físico para manter estudantes em período integral e tampouco professores capacitados para tal mudança. Ademais, com a proposta de Emenda Constitucional 241, que limita os gastos públicos, tal reforma torna-se ainda mais difícil de ser executada, pois em estados mais carentes de recursos, as disciplinas que não são consideradas obrigatórias podem ser excluídas da grade curricular, prejudicando, assim, o aprendizados dos alunos.       Em suma, faz-se necessário que o Ministério da Educação e a iniciativa privada invistam em infraestrutura nas escolas, através da composição de bibliotecas abastecidas com revistas e jornais de grande circulação, livros didáticos atualizados e suficientes para atender a demanda de alunos em tempo integral, bem como a inserção de monitores para o auxílio dos mesmos durante os períodos vagos.  Além disso, é relevante a capacitação de professores, através de cursos de especialização pedagógica, para que o ensino oferecido não reduza o seu potencial e sirva de ferramenta fundamental para mudar a vida desses cidadãos.