Materiais:
Enviada em: 22/10/2017

A reforma do ensino médio no Brasil é um dos assuntos que mais tem trazido inquietação aos estudantes brasileiros, principalmente porque, como toda mudança, há certo receio no que é desconhecido. As baixíssimas notas alcançadas pelo país no último exame do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos) foram os principais motivadores de tal reforma. No entanto, ela tentou atacar alguns problemas crônicos identificados há algum tempo, como: a perda do interesse dos alunos pela educação e a falta de perspectiva pós-formação. Resolver esses problemas em uma ampla reforma do ensino médio, certamente, é um desafio que o país deve enfrentar nos próximos anos.          Em primeiro lugar, é importante frisar que a perda de interesse dos alunos pela educação está associada a um conjunto de fatores: escolas sucateadas, professores desmotivados, aulas desinteressantes, etc. Tudo isso colabora, de uma forma ou de outra, para que o aluno não consiga desenvolver o suficiente em sala de aula. Assim, os reflexos desse problema acabam aparecendo nas notas baixas conquistadas em avaliações nacionais e internacionais, além de gerar o sentimento de abandono educacional tão relatado por estudantes e profissionais de educação.          Além disso, a falta de perspectiva pós-formação também tem preocupado os estudantes, seja na inserção no mercado de trabalho, seja no ingresso na faculdade. Em relação ao trabalho, a falta de experiência tem sido o principal vilão, pois as empresas dão preferência para aqueles que já trazem alguma experiência na área que atuam. Já em relação à faculdade, nem todos os recém-formados conseguem ingresso de imediato nos cursos que escolheram. Dessa forma, tanto os que pretendem uma vaga de trabalho quanto os que almejam a faculdade acabam inflando os números de desempregados do país, deslocando, assim, o problema da área educacional para a área do trabalho.          Por fim, percebe-se que a reforma, por si só, não deverá ser suficiente para resolver os problemas pelos quais passa a educação brasileira. Assim, o Governo Federal deve, em primeiro lugar, investir na reforma da infraestrutura física das escolas para que os estudantes percam um pouco o sentimento de abandono. Além disso, deve investir em melhores salários para os professores a fim de atrair profissionais mais motivados e que possuam melhor didática. Ao mesmo tempo, o Ministério do Trabalho deve incentivar empresas a contratarem profissionais recém-formados no ensino médio por meio da desoneração temporária da folha de pagamentos, favorecendo assim, a inserção de jovens sem experiência no mercado de trabalho. Desse modo, o Brasil poderá, de forma estrutural, planejada e segura, implementar uma reforma educacional que traga tranquilidade aos estudantes e afaste qualquer inquietação existente.