Materiais:
Enviada em: 26/10/2017

O filósofo alemão Immanuel Kant defende que "o homem é aquilo que a educação faz dele". Nesse sentido, a educação é uma temática de relevante interesse da sociedade, o que leva à sua permanente discussão. No Brasil, a reforma do Ensino Médio tem intensificado os debates quanto aos seus im-pactos, pois não atende satisfatoriamente às demandas da educação brasileira, tornando-se mais uma mudança aparente do que real. Isso porque não trata diretamente da qualidade do ensino, deixando de responder a assuntos essenciais como remuneração de professores e infraestrutura das escolas.       Segundo Cora Coralina, "feliz é aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina". Se essa é uma prática de sabedoria, é justamente o professor o profissional que mais se aproxima dela. É in-questionável, bem como atestada por toda a sociedade, a importância do professor para a formação individual do cidadão e para o desenvolvimento coletividade. Entretanto, o reconhecimento e valorização desse profissional não tem se refletido no seu salário, o que precariza a atividade. Diante disso, os baixos salários de professores influenciam significativamente na qualidade da educação, na medida em que torna a profissão pouco atrativa, dada a incompatibilidade da remuneração com sua importância importância social. Importa dizer, com isso, que uma reforma no ensino que não discute a questão salarial de professores, apresenta-se deficitária.       Ademais, a Constituição Federal coloca a educação como sendo direito de todos, devendo o Estado garantir o acesso ao ensino gratuito e de qualidade. No entanto, o caráter qualitativo da educação pú-blica brasileira ainda é algo preocupante. Apesar da reforma do Ensino Médio tratar do aumento da carga horária, que seria algo positivo - no sentido de se caminhar para o ensino integral - a realidade das escolas públicas do Brasil ainda não comporta tais mudanças. Nesse sentido, a precária infra-estrutura das escolas é um ponto que precisa de respostas imediatas. Problemas como falta de laboratórios, de espaços para prática esportiva, de acessibilidade e de, até mesmo, manutenção das áreas escolares é uma triste realidade brasileira que precisa ser revertida.       Observa-se, portanto, que a reforma do Ensino Médio é mais um discurso do que uma mudança, no qual não atende às reais necessidades da educação brasileira. Faz-se necessário, portanto, que os sindicatos do magistério, juntamente grêmios estudantis e com outros movimentos sociais que defendem a educação, cobre das administrações, nas mais diversas esferas, a melhoria na qualidade do ensino, bem como a valorização dos professores. Por outro lado, o Ministério da Educação deve aumentar o investimento na infraestrutura escolar, de modo a garantir ambientes mais confortáveis e que aumentem as possibiliadades de desenvolvimentos das mais diversas atividades educacionais.