Materiais:
Enviada em: 30/10/2017

A urgência por modificações no Ensino Médio (EM) no Brasil não se apresenta como nenhuma novidade, visto que atualmente a estrutura vigente não atende nem às necessidades do mercado de trabalho nem às exigências do ingresso no ensino superior. Nesse sentido, alterações curriculares, somadas a propostas claras de intervenção e a participação ativa da comunidade escolar se fazem fundamentais.      Consciente da necessidade de mudanças no EM, o governo brasileiro propôs uma reforma educacional, que dentre outros pontos divide o currículo escolar em duas partes, sendo uma composta por conteúdos obrigatórios e outra por disciplinas optativas, de forma similar a ocorrida nos EUA. Além disso, destacam-se o aumento da carga horária e o advento do ensino técnico. Para os favoráveis a medida, a ampliação da possibilidade de escolha do aluno e o incentivo à inserção no mercado de trabalho são alguns dos pontos positivos da proposta.       Entretanto, a proposta acima mencionada não foi amplamente aceita pelos brasileiros. Greves, como a ocorrida neste ano no Paraná, são exemplos do descontentamento dos docentes com a medida. Dentre os pontos apontados pelos professores que se manifestaram contra a proposta, a ênfase tecnicista, a oposição à formação critica e, principalmente, a formulação sem a consulta à comunidade escolar são alguns dos aspectos negativos da mesma.       Entende-se assim que, a despeito da urgência de mudanças no EM, não há consenso quanto a reforma proposta pelo governo. Dessa forma, para garantir sua efetividade é preciso que o governo crie um canal aberto de discussão com a comunidade escolar, garantindo a sua participação e levando em conta suas opiniões. Aos redatores da proposta, compete o esclarecimento de alguns pontos, como a permanência ou não de cada disciplina do currículo. Por fim, é fundamental que a mídia seja criteriosa ao informar a população à respeito da reforma, para que deixe de ocorrer o desencontro de informações que resulta em discussões infundadas.