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Enviada em: 03/11/2017

Conforme defendeu o filósofo Paulo Freire, a educação é responsável pela formação dos indivíduos enquanto cidadãos críticos. Sob essa conjectura, pode-se asseverar a importância do investimento e de progressivas melhorias na esfera educacional. Neste contexto, a análise dos possíveis efeitos da reforma brasileira do Ensino Médio torna-se consideravelmente premente, seja pela viável minimização da evasão escolar, seja pela provável evidenciação das problemáticas infraestruturais do sistema de educação. Logo, é preciso avaliar os impactos dessa política social do Brasil.     Em primeiro lugar, deve-se salientar os aspectos positivos da modificação nas orientações curriculares do Ensino Médio. De acordo com a visão freireana, a educação "bancária" é aquela que o educador "deposita" o conhecimento no educando, o qual recebe os saberes de forma passiva. Ao fazer um crivo da tal proposta de reforma, é factível afirmar que ela desconstruirá essa matriz de educação presumida pelo filósofo brasileiro - a qual é presenciada nas unidades de ensino nacionais -, visto que, com a flexibilização no que tange à escolha, por parte dos indivíduos, das disciplinas de maior afinidade, os alunos terão maior interesse pela participação ativa nas aulas e, por conseguinte, serão acarretados menores índices de evasão escolar e será alavancada a rentabilidade estudantil dos jovens. Dessa forma, torna-se-á mais acentuada a perspectiva profissional dos jovens.      Ademais, é necessário pontuar os entraves para a realização dessa restruturação no viés educacional. Em virtude do aumento do número de horas diárias de aula previsto pela reforma, as problemáticas no que tange ao baixo salário dos professores, sobretudo de escolas públicas, serão amplificadas, o que leva à conclusão de que são necessárias políticas sociais voltadas para esse aspecto. No viés infraestrutural, tem-se espaços de ensino precarizados nas cidades brasileiras, assim como um baixo investimento governamental nesses locais, o que configura obstáculos na efetivação de melhorias no Ensino Médio pela realidade das escolas públicas brasileiras não condizer com os progressos previstos pela política paliativa proposta.          Torna-se evidente a necessidade de mediações para que a implantação da reforma seja eficaz. Para tal fim, as prefeituras municipais devem destinar verbas, arrecadadas de impostos progressivos, para melhorias nas unidades de ensino, remunerando melhor os professores e reformando arquitetonicamente os espaços, a fim de favorecer o desenvolvimento estudantil dos jovens e de cumprir a função social. Outrossim, as escolas devem evidenciar tal proposta para os alunos, realizando palestras e debatendo nas aulas de Sociologia sobre o que será modificado e atendendo as eventuais dúvidas, no intuito de instruir esse contingente para essa nova realidade educacional.