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Enviada em: 09/05/2018

O senhor está equivocado, eu procuro por macaxeira e não essa tal de mandioca    A comunicação na sociedade sempre desenvolveu papel importante, dando possibilidade a progressão de ideias e conhecimentos de geração para geração e, até mesmo classificando os inimigos, cuja cultura diferente era claramente evidenciada perante à língua falada. No entanto, muitos são os fatores que modificam as palavras e seus modos de uso, tornando a linguagem um movimento que caracteriza sua sociedade atual, e que portanto, está em constante transformação. Porém, tais modificações ainda são vistas de maneira negativa na sociedade e criam o debate a respeito do preconceito linguístico.     A princípio as primeiras comunidades humanas caracterizavam uns aos outros mediante suas culturas, qualificando possíveis amigos e inimigos. Exemplo são os famosos bárbaros, que eram aqueles de cultura, e consequentemente, linguagem diferente. Certamente tal perspectiva condiz com a raiz do preconceito linguístico instaurado e muito presente hoje na sociedade atual, evidenciado até mesmo na mídia, que retrata estrangeiros de sotaques cômicos e, pondo em pauta o Brasil, força a caracterização regional com diferentes sotaques e expressões, tornando variações locais específicas e  de riqueza história inestimável em algo vexatório e sem sentido para os telespectadores.     Além disso, tais estereótipos passados fortalecem ainda mais o preconceito e a segregação regional de países como o Brasil e, ainda evidencia o racismo e a exclusão social, tendo em vista que personagens pobres e negros sempre são caracterizados com linguajares pouco cultos. Tal argumento é exposto à retratação do personagem Jeca Tatu, de Monteiro Lobato, que é caracterizado sendo pobre e de comunicação fora dos padrões. Posteriormente é necessário entender também que a linguagem acompanha seu tempo, ganhando variações e sentidos extras, tendo em vista a história, os acontecimentos, as regiões e o próprio uso e desuso, e ainda, tendo em vista o português, que é uma das línguas mais ricas e versáteis, a mudança é dada de modo natural.      Dessa forma fica clara a necessidade de uma construção de ideias a fim de extinguir o preconceito linguístico. A inclusão nos livros educacionais das variantes das formas linguísticas deve ser posta em prática em todos os países por meio dos gestores a fim de integrar à população e enriquecer o dialeto. A mídia deve ter total responsabilidade em demonstrar, além apenas das palavras, seus reais significados e por quês, dispersando maior conhecimento e desmitificando preconceitos. A sociedade e a linguagem são moldáveis aos seus tempos, e isso é o que caracteriza a essência, tornando a possibilidade da extinção de preconceitos algo possível e muito real.