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Enviada em: 29/05/2018

Com a chegada do cinema no Brasil, o famoso personagem Jeca-Tatu, que transmitia simplicidade e bondade, foi caracterizado na interpretação do ilustre Mazzaropi, desvirtuando o sentido simbólico construído por Monteiro Lobato e transformando o caipira em gozação. Assim sendo, tal contexto histórico foi responsável pelo preconceito linguístico existente na sociedade atual, que representa um problema para o desenvolvimento cultural e social do país.      Segundo dados do site G1, 63% dos brasileiros têm a TV como principal meio de informação. Desse modo, a maioria das novelas e filmes transmitidos pela TV brasileira, fazem os personagens utilizarem gírias ou sotaques nordestinos, com o intuito de provocar riso nos telespectadores, acentuando a segregação social no país, pois, a língua está totalmente ligada à estrutura e aos valores da sociedade, e os falantes da norma culta são aqueles que apresentam maior nível de poder aquisitivo.      Ademais, como disse o filósofo Louis Bonald, “A cultura forma sábios; a educação, homens”. Dessa forma, as escolas devem continuar ensinando a norma culta do português, porém, muitas vezes professores acabam ridicularizando alunos que falam “errado”, na frente da turma toda, fazendo com que eles sintam vergonha de falar em público ou, até mesmo, com outros colegas, aumentando, além da exclusão social, o desaparecimento de algumas culturas que formam o Brasil, prejudicando o desenvolvimento do país.    Logo, cabe ao Ministério da Educação, fazer com que a matéria português aborde, sem preconceito, a pluralidade de línguas existentes no Brasil, através da reorganização do sistema de ensino do país. Além disso, a mídia deve, ao invés de desprestigiar as pessoas de acordo com a sua maneira de falar, retratar a importância da diversidade linguística, por meio de filmes e novelas que mostrem, de forma favorável, o papel dessas pessoas para o desenvolvimento do Brasil. Somente assim, a população brasileira poderá superar esse impasse e progredir para um país igualitário.