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Enviada em: 23/06/2018

O livro "Grande Sertão: Veredas", do escritor modernista Guimarães Rosa, foi escrito com várias palavras regionais e neologismos, provocando uma crítica sobre os padrões impostos à linguagem. Nesse sentido, até a atualidade, algumas pessoas ainda ditam como regra a norma padrão da fala deixando de lado da diversidade regional do Brasil. Sendo assim, deve-se analisar o motivo desse pensamento e buscar solucioná-lo para um convívio social com mais aceitação e respeito à diversidade.    Primeiramente, vale destacar, a variedade de expressões existentes no Brasil é notória, principalmente devido sua extensão territorial. Nessa perspectiva, grupos sociais mais afastados da região Sudeste, conhecida pelo seu desenvolvimento, são acusados de pronunciarem palavras incorretamente pela ausência de oportunidades escolares. Essa realidade é cada vez mais frequente, a exemplo do caso de um médico de São Paulo que postou uma foto em suas redes sociais zombando da forma de falar de um paciente, em 2016, tendo grande repercussão no país.    Outro fator a ser mencionado é um sistema de ensino voltado apenas para a norma culta da língua. Geralmente, as instituições focam apenas na aplicação da gramática normativa sem uma menção concreta das variedades linguísticas e como se comportar diante dessas vertentes. Esse pensamento provoca a sensação de que quem domina a norma padrão da língua é intelectual e superior, como mencionado no livro "Preconceito linguístico: o que é e como se faz?", do escritor Marcos Bagno.    Portanto, Mandela relatava que "A educação é a arma mais poderosa que podemos usar para salvar o mundo" e quando se tratado do preconceito linguístico ela é primordial. Cabe ao Ministério da Educação, formular a grade gramatical das escolas, por meio da inclusão de conceitos variados da língua, incremento de textos regionais e debates sobre essa diversidade, visando o respeito do aluno e o conhecimento sobre assunto. Ademais, cabe a mídia mostrar em notícias e novelas o preconceito pela forma de se falar, buscando a divulgação e a criticidade social.