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Enviada em: 21/06/2018

Durante o Brasil Colonial, houveram drásticas mudanças no modo de vida indígena, principalmente cultural e linguístico. Em 1549, a mando do Rei Dom João lll, os jesuítas desembarcaram no Brasil com o objetivo catequizar e ''reeducar'' os nativos, e por considerarem seus costumes inferiores e sua forma de se comunicar inadequada, tentaram impor a eles o seu idioma, o português. Todavia, apesar do tempo, o preconceito linguístico ainda se manifesta na sociedade moderna. Mediante o exposto, torna-se passivo de discussão, na conjuntura hodierna, no que se refere à essa forma de preconceito.            Parafraseando o filósofo Arthur Schopenhauer, ''Todo homem toma os limites do seu próprio campo de visão como os limites do mundo''. Nesse sentido, é notório que as pessoas tendem a manter ainda um preconceito em relação às diferenças do outro, por acharem que apenas o seu campo de visão - metaforicamente, a sua forma de se comunicar - é válido. Logo, por ser a linguagem uma característica extremamente individual, não deve se sujeitar à julgamentos de outrem, pois não existe maneira correta de se comunicar, e sim formas diferentes de se expressar.         De maneira análoga às rochas sedimentares, o preconceito linguístico se constrói lenta e gradativamente na sociedade atual, e devido à sua herança histórica exemplificada pela catequização indígena, é intrinsecamente ligado à cultura do Brasil. Outrossim, o preconceito à diversidade linguística tem suas manifestações, muitas vezes, diretamente, fazendo com que as pessoas se sintam constrangidas ou mesmo desrespeitadas. Esse constrangimento pode levá-las à se envergonhar de sua origem, e consequentemente deixando-as inseguras e hesitantes em se comunicar em público.         Portanto, para impedir a força que dá continuação à ''rocha'', é preciso tratar esse preconceito com seriedade, visto que se trata de dignidade e não mero capricho pessoal. Cabe principalmente à mídia e às grandes redes televisivas que trabalhem na elaboração de novelas e programas de televisão onde contenham personagens de vários estados ou sotaques diversificados comunicando entre si, para que, além de trabalhar a representatividade em grande escala, essas pessoas possam finalmente sentir-se parte de algo importante e que é visto com bons olhos pela sociedade e tratado da maneira que merece.