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Enviada em: 08/10/2018

Durante o processo de colonização brasileira, os portugueses tinham como pretensão impor seus respectivos costumes e ideologias aos nativos, dentre os quais estava incluso o aprendizado da língua portuguesa. De maneira análoga, nos dias atuais, há indivíduos que hierarquizam a sua cultura, uma vez que desrespeitam a diversidade linguística existente no país. Sob essa conjuntura, torna-se necessária a discussão acerca do preconceito que envolve o linguajar dos brasileiros, em função de sua variedade.      Em primeiro lugar, nota-se um quadro de educação precária no país, o qual acarreta o desconhecimento da população quanto à gramática da língua portuguesa. De acordo com uma pesquisa divulgada no Jornal Folha de São Paulo, mais da metade dos brasileiros não tem diploma do ensino médio. Por conseguinte, o menor nível de escolaridade costuma afetar o vocabulário dos indivíduos, justificando as incoerências na linguagem. Sendo assim, é preciso compreender a situação vivenciada por determinados cidadãos e delegar ao Poder Público a oferta de políticas educacionais de qualidade.          Outrossim, o dinamismo linguístico é uma característica marcante da cultura brasileira. Isso se evidencia no uso da palavra mandioca, alimento típico do país, que recebe distintas denominações dependendo da localidade, como macaxeira, no Nordeste, ou aipim, no Sudeste, sem deixar de se referir à mesma espécie de planta. Dessa maneira, percebe-se que, como foi dito pelo linguista Marcos Bagno, não existe forma certa ou errada de falar, mas sim diferentes situações comunicativas, que, nesse caso, tratam-se de variantes regionais.        Diante dos fatos mencionados, percebe-se que o preconceito linguístico tem se tornado uma questão em pauta no Brasil. Para resolver tal impasse, o Ministério da Educação (MEC) deverá investir em políticas educacionais de entendimento à norma culta e às suas variantes, por meio de um projeto que será chamado de “Brasil não é monolíngue”, no qual, com o apoio de toda a comunidade escolar, os alunos, desde às seres iniciais, terão acesso às diversas línguas existentes no território brasileiro, por meio de aulas, palestras, campanhas e atividades interativas, a afim de que não somente aprendam e reflitam, como também sejam capazes de desenvolver apreço e respeito pela diversidade sociocultural da população. Dessa maneira, será possível combater o preconceito linguístico e incentivar à sociedade ao mesmo modo de pensar de Marcos Bagno.