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Enviada em: 08/10/2018

O processo de colonização híbrida somado ao vasto território brasileiro, contribuiu com a multiplicidade cultural e com as diversas variedades linguísticas do Brasil. Contudo, essa diversidade não está presente no cotidiano da população, já que nem todas as variantes da língua são vistas com prestígio social; fato este que fomenta cada vez mais o preconceito linguístico no país.       A língua está sujeita ao contexto histórico, geográfico e sociocultural no qual os falantes estão inseridos. Esse conjunto de fatores permitiu o surgimento da variação linguística diatópica, ou seja, com diferenças regionais na pronúncia e no vocabulário das pessoas. Segundo Biderman, a língua é responsável por transmitir a herança de um povo que carrega aspectos de vida, das crenças e valores de uma sociedade, é inaceitável, portanto, que haja, em um país miscigenado como o Brasil, qualquer tipo de preconceito ou assédio linguístico.       A função primordial da língua é a comunicação, e pode ser usada de variadas formas de acordo com a necessidade de interação social. Entretanto, muitos brasileiros tentam impor como certo apenas o modelo idealizado presente nas gramáticas normativas e nos dicionários, ignorando as inúmeras outras variantes existentes no país. A negação, por grande parcela da população, de que o país sofreu uma colonização híbrida, é responsável pela indiferença com que os outros dialetos são tratados.        Dessa forma é imprescindível que medidas sejam tomadas a fim de mudar essa realidade. Com o objetivo de solucionar o problema, o Ministério da Educação juntamente com as escolas públicas e privadas, poderia criar no ano letivo a "Semana da diversidade linguística", na qual os alunos seriam divididos em grupos para fazer pequenas peças de teatro; cada grupo sendo responsável por representar determinada região do Brasil. Além de atividades como danças, sessões de filmes e palestras, todas com o intuito de apresentar aos alunos as culturas das diversas regiões do país, pois apenas através da educação é possível romper com o preconceito; como disse o filósofo Paulo Freire, "Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda".