Materiais:
Enviada em: 26/07/2018

A colonização portuguesa no Brasil teve como base o preconceito linguístico, pois uma das primeiras ações dos colonizadores foi impor a língua portuguesa aos nativos, ignorando toda a riqueza linguística desses sujeitos. Hodiernamente, o preconceito linguístico continua sendo um problema, visto que a linguagem é usada como forma de demarcação de status e as escolas priorizam o estudo da norma padrão da língua.   Nesse sentido, o ensino da língua portuguesa aos indígenas foi uma estratégia de dominação do período colonial, a qual visava colocar a língua do colonizador como superior às já praticadas no território descoberto. Essa utilização da linguagem como delimitadora de status persiste hoje, por exemplo, quando um médico utiliza termos técnicos tão específicos que o seu interlocutor não o compreende, sentindo-se ignorante, o que leva o médico a uma posição de superioridade na relação social.   Entretanto, muitos problemas dificultam a solução desse impasse. O sistema educacional brasileiro antefere o estudo da norma padrão, frequentemente colocando-a como o modelo correto. Assim, não há o devido esclarecimento de que a língua é dinâmica e possui variações, cada uma delas apropriadas para o contexto em que estão inseridas, conforme trata Marcos Bagno no livro "Nada na língua é por acaso", que reflete sobre um ensino linguístico que contemple as diferenças.      Portanto, medidas são necessárias para resolver a questão. A fim de diminuir o preconceito linguístico, o Ministério da Educação deve inserir na grade curricular das escolas o ensino integrado sobre as variedades linguísticas brasileiras, por meio de oficinas nas disciplinas de língua portuguesa e história. Essas oficinas terão rodas de conversa entre alunos e pessoas falantes de variações linguísticas, como regionalismos e dialetos, para que haja mais compreensão sobre a origem e a aplicação dos diferentes tipos de fala no país.