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Enviada em: 30/07/2018

De acordo com o linguista José Luiz Fiorin, a variedade linguística é um importante elemento de inclusão, além de instrumento de afirmação da identidade de alguns grupos sociais. Entretanto, a indiferença à inserção dos grupos no Brasil reforça o preconceito linguístico. Diante disso, surge a problemática relacionada ao esteriótipo regional da língua e a herança cultural brasileira.   Durante a industrialização em 1950, milhares de nordestinos migraram para o Sudeste e contribuíram no desenvolvimento dessa região e do país. Nesse contexto, todavia, apesar da importância social e histórica, eles foram discriminados e excluídos socialmente por apresentarem um sotaque diferente das cidades centrais, como São Paulo. Em consequência disso, esse grupo foi e é algo de piadas depreciativas e esteriótipos, o que faz com que algumas pessoas retornem para o Nordeste.   Além disso, o país não deveria apresentar o preconceito linguístico devido à herança multicultural de outros países. Seguindo essa linha de raciocínio, o Brasil foi majoritariamente influenciado pelo português de Portugal, mas também por diversos países africanos e europeus. Um exemplo dessa influência no dialeto são as palavras cafuné e dengo, que de origem africana. Logo, todas as regiões do Brasil apresentam influências culturais e dialéticas de diversos países que devem ser respeitadas, não apena o que está presente em seu cotidiano.   Torna-se evidente, portanto, que o preconceito linguístico é comum no Brasil, mas deve ser extinto. Cabe ao MEC - Ministério da Educação - junto ao MC - Ministério da Cultura -, a instituição de projetos inclusivos que valorizem a pluralidade dos sotaques do Brasil, por meio de palestras, cursos e propagandas para apresentar a diversidade cultural e social que existe no país, a fim de inibir o impacto da discriminação desses grupos, como os nordestinos. Ademais, a escola deve ensinar a língua portuguesa com a valorização das dialéticas, não só às regras gramaticais. Assim, o Brasil se tornará linguisticamente inclusivo, como José Luiz Fiorin afirmou.