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Enviada em: 04/08/2018

No poema “Pronominais”, Oswald de Andrade discorre sobre o coloquialismo e a norma culta do português e, de certa forma, a equidade de ambas. Evidenciando o idioma como uma unidade viva e mutável. Estimulando, assim, um importante debate: a norma padrão é superlativa e como isso pode impulsionar a exclusão social?   É indubitável que a vernáculo brasileiro é fruto de um complexo sincretismo linguístico. A língua, originalmente trazido ao país, recebeu influencias do tupi e dos diversos dialetos africanos, adaptando-se e distanciando-se cada vez mais de Portugal. Por conta disso, hodiernamente, ela ainda está sujeita ao surgimento de novas expressões, próclises e eliminação de preposições. Parafraseando Marcos Bagno, escritor do livro “Preconceito linguístico: o que é, como se faz”, a linguagem é como um rio que está sempre se renovando.   Outrossim, os diferentes dialetos podem impelir em supressão social, se tornando um empecilho em vários aspectos civis, desde entrevistas de emprego até a comunicação diária. Segundo pesquisa, 38% dos empregadores consideram a maneira de falar crucial para admissão. É incontrovertível, portanto, tal aspecto pode acarretar em uma hegemonia linguística, em que uma minoria oprime quase toda uma população.  Diante dos fatos supracitados, fica claro, que a linguagem é móvel e deve ser entendida como tal. Compete ao Ministério da Educação (MEC), criar propagandas que abordem os diversos dialetos brasileiros, para serem difundidos em âmbito nacional pelas mídias, promovendo o entendimento da pluralidade, a fim de que a diversidade seja compreendida como um patrimônio e não uma mazela. Urge, igualmente, a necessidade de elaboração de políticas inclusivas, pelo terceiro setor, por meio da anulação dos traços de cunho julgador para com o patoá, com o intuito de promover a integração de quem antes era desintegrado.