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Enviada em: 02/08/2018

No começo do século XX, o movimento literário Modernista ganhou força no Brasil e, entre suas principais características, destaca-se a valorização da linguagem coloquial, que destoa da apresentada pela gramática. Porém, observa-se, atualmente, o preconceito em relação ao primeiro, como se o segundo fosse o único correto. Isso ocorre por causa da repressão e a exclusão gerada por ela.        Em primeiro lugar, é preciso considerar a repressão aos modos de falar e escrever que não seguem a norma culta. Desde os primeiros anos escolares, é ensinado às crianças o "modo certo" e o "modo errado" de se falar, com isso há uma repressão às variedades linguísticas de cada grupo e os alunos aprendem que só devem usar um tipo de português, o presente na gramática. Assim, surgem os diversos preconceitos em relação à linguagem e a satirização de grupos com aspectos característicos dela, o que leva à exclusão social deles.     Essa exclusão se torna um dos problemas mais graves em relação ao preconceito linguístico. Em alguns casos, ao ser motivo de piadas e de ridicularizações, o indivíduo sente vergonha de se comunicar, esse fato é exemplificado na obra Vidas Secas, de Graciliano Ramos. Nela, o personagem Fabiano tenta decorar palavras difíceis e, em muitas ocasiões, deixa de falar em público para que as pessoas não percebam a sua falta de conhecimento da gramática. Esse pensamento o exclui da sociedade, pois os "Fabianos" deixam de se expressar.            Portanto, observa-se como a repressão, causada pelo preconceito linguístico, gera a exclusão. Por isso, é importante que a escola ensine as diversas variedades linguísticas e a respeitá-las, por meio de aulas específicas da comunicação de cada região e de outros países que falam em português, para que não ocorra a repressão contra grupos que não utilizam a norma culta no falar e, consequentemente, a sua exclusão. Dessa forma, as pessoas poderão se expressar sem vergonha.