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Enviada em: 03/08/2018

Em um país com dimensões continentais, como o Brasil, assumir que todos os falantes seguirão o mesmo padrão é, no mínimo, incoerente. Nesse aspecto, de grande variação na fala, existe o estranhamento com o diferente do que se está acostumado. Apesar de normal tal estranhamento não gerar discriminação; por isso combater e erradicar o preconceito é essencial para evitar a exclusão social que ocorre baseada na linguagem.  O objetivo essencial da fala é a comunicação, portanto ao haver o entendimento de quem fala pelo ouvinte o objetivo foi alcançado. O foco da fala deve ser passar a mensagem, e não, primordialmente, em como ela é passada. Sendo assim, exigir que o falante use a gramática normativa durante a fala é utopia, uma vez que nem mesmo o mais sábio e nobre é capaz de tal proeza. A língua falada é viva e sofre constantes adaptações de acordo com o passar dos anos.   Outro ponto que vai contra exigir de todos o tempo todo o uso da norma considerada padrão na fala, é o fato de que para tal é necessário conhecimento e acesso à educação de qualidade. Com isso, exigir tal forma formal é assumir que todos têm chance de aprende-la; quadro que não é realidade no país. A educação não só permite o contato com as normas consideradas padrão, como também é ela a responsável pela quebra do preconceito e pela disseminação de que o primordial da fala é a compreensão e não as normas.   Tal quadro evidencia a importância da escola nesse processo de combate ao preconceito, tornando tal problemática responsabilidade do Ministério da Educação em introduzir formas de explicar a variabilidade da língua nas escolas e mostrar que todas são consideradas corretas em seus meios de uso. Aliado a educação também é interessante o uso da mídia, como a televisão, com campanhas que demonstre que diferentes falantes podem se entender, comunicar e viver em harmonia.