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Enviada em: 03/08/2018

O período literário denominado parnasianismo valorizava o uso de palavras eruditas sem preocupar-se com o conteúdo da obra em si. Desse modo, tal corrente influenciou  a cultura brasileira a exaltar o uso de termos complexos que dificultam a comunicação e são responsáveis por gerar o preconceito linguístico a quem transgride a gramática normativa por fatores identitários.            Primeiramente, é válido apontar que devido a formação miscigenada do Brasil, a qual foi composta por portugueses, indígenas e africanos, as línguas misturaram-se e com o passar do tempo difundiram-se pelo extenso território do país de maneiras distintas, sendo assim, cada região apresenta sotaques e especificidades na oralidade. Entretanto, apesar desse traço natural da língua, o que prevalece como correto é a gramática portuguesa de difícil compreensão e com uma demasiada quantidade de regras as quais uma minoria consegue utilizar de forma correta, afinal, a população possui acessso limitado à educação de qualidade, e como consequência, não aprende com precisão o modo culto de comunicação exigido pela sociedade.             Nesse contexto, vale ressaltar Karl Marx, o elaborador da tese de que na conjuntura capitalista há uma classe dominante que se sobrepõe às classes mais baixas por meio de ideologias e instrumentos de manutenção do poder. De maneira análoga, os dominantes por possuírem privilégios como o acesso às instituições educacionais de qualidade, se utilizam da linguagem culta para manipular quem não detém o mesmo conhecimento, e assim, os constranger e menosprezar pelo modo coloquial de falar. Dessa forma, a comunicação passa a ser um gerador de abismos socias.            Cabe evidenciar, portanto, a necessidade de medidas para garantir a expansão de uma linguagem valorizadora das identidas brasileiras. Assim, é preciso que o Ministério da Educação em consonância à linguístas do país promova a criação de uma base comum curricular que diminua as regras gramaticais utilizadas com menos frequência na oralidade, e passe a reconhecer os termos e expressões oriundos de cada região como componentes da língua, bem como, os indivíduos enquanto cidadãos devam usar as mídias sociais e as páginas como a Quebrando o Tabu para promover campanhas contra o preconceito à linguagem. E desse modo, gerar-se-á uma sociedade facilitadora da comunicação para incluir às diferentes coalizões do Brasil.