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Enviada em: 05/08/2018

A variação linguística é um movimento natural de uma língua, cuja mudança ocorre principalmente por fatores históricos, culturais e regionais. Nesse sentido, o Brasil, diante de um território continental e de um passado regido por muitos colonizadores diferentes, possui uma pluralidade na forma de falar. Destarte, a sociedade brasileira convive com várias formas de preconceito linguístico. Isso se deve, não só pela existência de um padrão culto pregado nas escolas, mas também pelas divisões de classes existentes no contexto social.       Para o escrito Marcos Bagno, a norma linguística empregada em sala de aula é, em muitos casos, uma verdadeira ‘língua estrangeira’ para o aluno que chega proveniente de ambientes sociais onde o modo de falar é uma variedade do português não padrão. Assim, o ambiente escolar acaba sendo o ponto de partida para esse tipo de preconceito, visto que o aluno que não detém o domínio da forma falada em sala de aula vai sofrer algum tipo de discriminação ou até mesmo uma segregação por parte daqueles que detenham esse domínio.      Além disso, é importante salientar também, que as regras gramaticais de qualquer língua foram implantas pelas classes dominantes. Desse modo, fica clara a divisão social vinculada também ao modo de se expressar, pois indivíduos que possuem uma forma de dialogar atípica são, muitas vezes, distanciados do convívio social, o que alimenta ainda mais a sensação de isolamento, preconceito e intolerância.       Por tudo isso, medidas são necessárias para combater esse problema. Segundo Immanuel Kant, o homem é aquilo que a educação faz dele, nesse sentido o governo, através do Ministério da Educação e Cultura, em parcerias com ONGs relacionadas à diversidade cultural, deve levar às escolas palestras, seminários e peças tetrais que envolvam as formas de falar presentes em todas as regiões brasileiras, mostrando a sua origem e enfatizando o seu valor para a formação cultural do país. Ademais, a mídia deve, através de novelas, programas educativos e de debates, abordar esse tema, e, através de mecanismos que levem à critica, gerar uma reflexão sobre essa problemática que tanto distancia as pessoas. Assim, o Brasil tornar-se-á um local onde seus concidadãos poderão desfrutar da liberdade de falar. Pois como disse Graciliano Ramos na sua obra “A arma do escritor é o lápis”: “A palavra foi feita para dizer”.