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Enviada em: 05/08/2018

O filósofo Platão, em um de seus registros, afirmou que "o importante não é viver, mas viver bem". No entanto, a máxima proposta pelo filósofo da Antiguidade encontra-se corrompida no cenário brasileiro atual em virtude do preconceito linguístico no país. Dentro desse contexto, é preciso analisar como o tradicionalismo ligado à passagem do conhecimento e os impactos causados pelo problema corroboram para esse mal.        Observa-se, em primeira instância, que o modelo arcaico de ensino no Brasil é um dos causadores do preconceito linguístico. Conforme Burrhus Frederic Skinner, "o comportamento é moldado por reforços positivos e negativos". A esse respeito, a tese do renomado psicólogo norte-americano encontra comprovação no país devido ao contexto no qual os jovens estão inseridos, caracterizado pela normatização do falar, baseado em regras aplicáveis à escrita e transmitidas no ambiente escolar. Dessa forma, muitos indivíduos são hostilizados por destoarem do padrão esperado, por meio de chacotas ou bullying. Assim, cabe ao Estado, dentro dessa conjuntura, promover medidas para alterar esse quadro.        Ademais, segundo a Declaração Universal dos Direitos Humanos, promulgada em 1948 pela ONU, todos os indivíduos devem ser tratados em condições de igualdade. Ou seja, as pessoas, independente de cor, raça ou sexo, possuem os mesmos direitos. Entretanto, a prática corrompe a teoria, uma vez que, graças ao preconceito linguístico, uma parcela da população enfrenta obstáculos para socializar e é impedida de ocupar determinados postos de trabalho. Por exemplo, muitos nordestinos, quando residem em outra regiões do país, são impossibilitados de conquistar algumas vagas de emprego em razão do seu dialeto. Urge, dessa forma, a necessidade de mudar tal realidade no Brasil.        Portanto, é preciso buscar soluções para esses entraves. Logo, cabe ao Ministério da Educação, por intermédio do professor de língua portuguesa, implementar nas escolas o estudo das variações linguísticas, com o intuito de cultivar nos alunos a tolerância e respeito à diversidade do falar no Brasil. Outrossim, é dever do Ministério Público, por meio de investigações, punir as empresas que cometerem o preconceito linguístico - com multas e contratação imediata das vítimas - , a fim de atenuar a ocorrência desses casos no ambiente laboral. Além disso, é interessante que ONG's ligadas ao combate desse mal criem campanhas, com o auxílio de organizações publicitárias, na perspectiva de transmitir uma mensagem sobre a importância de se respeitar os modos de falar no país. Certamente, apenas dessas formas será possível viver segundo os ideais platônicos.