Materiais:
Enviada em: 06/08/2018

O parnasianismo, movimento literário que surgiu na França, chegou ao Brasil no ano de 1882. Os poetas parnasianos tinham como principais características a valorização da forma perfeita, da linguagem erudita e de construções textuais complexas. Atualmente nota-se uma grande valorização do modo culto e impecável de falar, na mesma proporção em que cresce o preconceito linguístico e a marginalização de indivíduos. Nesse sentido, deve-se analisar como a herança sociocultural e a transmissão do preconceito contribuem para o problema e como resolvê-lo.  Primeiramente, deve-se analisar como a herança sociocultural contribui para a manutenção do preconceito. Isso porque, segundo os registros do Padre Antônio Vieira, no Brasil colonial as línguas tupi e portuguesa coexistiram por certo tempo, de modo que o tupi era falado no dia a dia e a língua portuguesa era ensinada em escolas. Dessa forma foi instaurado no país um padrão do jeito correto de escrever e falar, e todas as outras formas de se expressar que não estiverem em consonância com essa norma são consideradas erradas. Como consequência disso, o preconceito linguístico, sobretudo o inter-regional têm crescido no país. Marginalizando, excluindo e constrangendo indivíduos por não se expressar da forma que a sociedade julga como correta.   Ademais é perceptível uma cultura de intolerância enraizada na sociedade brasileira. Isso porque, os indivíduos desde pequenos são levados a praticar atitudes depreciativas, como humilhar e ridicularizar pessoas pelo seu jeito de se comunicar, ou simplesmente  por ter um sotaque diferente. Tais atitudes, se encaixam no que o sociólogo Pierre Bourdieu caracterizou co,o violência simbólica, ou seja, uma violência sem coerção física, mas que causa danos morais e psicológicos nas vítimas, que muitas vezes se privam de falar em público por medo de serem julgadas.   Fica evidente, portanto, a urgência em resolver o preconceito linguístico no país. Para isso, é preciso que o ministério da educação em parceria com o corpo docente de escolas, introduza nesse ambiente, por meio de peças teatrais e debates, a pluralidade da língua brasileira e a importância da valorização e respeito de todas as suas ramificações. A mídia, por sua vez, deve desconstruir, por meio de comerciais e ficções engajadas a discriminação linguística, e incitar a aceitação de todas as formas de se expressar, assim seria diminuído o número de pessoas excluídas e marginalizadas pelo modo que se pronunciam. Somente dessa forma, o preconceito linguístico poderá ser superado no Brasil.