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Enviada em: 08/08/2018

Com a Revolução Francesa, no Século XVIII, o mundo percebeu que uma sociedade só avança quando um se comove com o problema do outro. Contudo, quando se observa o preconceito linguístico, no Brasil, nota-se que esse ideal revolucionário é corrompido e a problemática persiste intrinsecamente ligada à realidade do país, seja por fatores políticos, seja por fatores educacionais.                                                                A princípio, deve-se considerar que a mídia exerce um papel negativo no tocante ao preconceito linguístico. Pierre Bourdieu, em sua teoria do “Habitus”, acredita que a sociedade incorpora valores impostos a sua realidade, naturalizando-os e os reproduzindo. Seguindo essa linha de pensamento, vê-se que, no Brasil, a mídia, através de novelas e séries, associa sempre a pessoa que não fala a norma culta a uma pessoa menos inteligente. Prova disso são as falas de personagens nordestinos, que maioria das vezes o sotaque e as gírias são utilizados para provocar risos dos espectadores, e com isso faz com que o personagem seja ridicularizado.                                                                                                        Além disso, pontua-se, ainda, a escola como fomentadora do problema. Segundo Pitágoras, “Eduquem as crianças e não será necessário punir os adultos”. Nessa lógica, observa-se que, os brasileiros são punidos por causa do seu sistema educacional. Haja vista que apesar do Brasil ser um país multicultural, as escolas só reconhecem a norma culta como “certa”, menosprezando a variedade linguística do país e perpetuando o preconceito que é transmitido em forma de bullying nas escolas.                Torna-se evidente, portanto, que ainda há entraves para combater o preconceito linguístico no Brasil. Destarte, cabe a mídia parar de ridicularizar personagens por causa de seu vocabulário e começar a propagar, através de séries e novelas, a diversidade linguística do país. Do mesmo modo, o Ministério da Educação, deve promover uma nova norma padrão portuguesa onde encaixe as variedades linguísticas, dessa forma, poderá se ter uma sociedade justa e igualitária.