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Enviada em: 11/08/2018

No período Brasil colônia, a língua geral era tupi antigo, depois o português foi imposto por Portugal, dominante, a todos os indivíduos, dominados. Nesse contexto forma-se o português brasileiro com matriz europeia, influências indígenas e africanas . Desse modo, fatores sociais e educacionais contribuem para o preconceito linguístico. Logo, é fundamental investir recursos para reduzir essa discriminação.        Primeiramente, verifica-se que as classes dominantes utilizam a variedade linguística da elite como norma padrão, marginalizando as demais. Conforme Marcos Bagno, autor do livro "Preconceito Linguístico: O que é, como se faz" discriminações perpetuaram-se quanto à língua, especialmente a das classes sociais baixas. Assim a hostilidade sofrida pela autora Carolina de Jesus em seu livro "Quarto de despejo: diário de uma favelada" é referente a sua linguagem semianalfabeta.       Em seguida, identifica-se que as instituições educacionais e as grandes mídias também contribuem para perdurar o preconceito, pois reconhecem a gramática normativa como correta e as demais manifestações como incorretas. Isso, segundo Pierre Bourdieu, possibilita à sociedade absorver esse valor, naturaliza-lo e reproduzi-lo, consequentemente, quanto maior for a leitura do indivíduo, a ascensão social e o contato com essa teoria, mais difícil será de desconstruir a norma culta como a melhor.        É evidente, portanto, que o preconceito linguístico é estabelecido socialmente. Dessa maneira, o Ministério da Educação deve investir na formação de professores por meio de aulas sobre as multiplicidades linguísticas existentes, em feiras nas escolas, realizar a leitura ou representação de contos literários evidenciando as diversas expressões, mas também entender que a gramática normativa é uma forma de uniformizar e não de classificar como correto ou errado, consequentemente sensibilizar a sociedade sobre as heterogeneidades do idioma e cobrar uma representatividade adequada nas mídias.