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Enviada em: 02/11/2018

"O preconceito é filho da ignorância". A declaração de William Hazlitt, escritor inglês e humanista do século XIX, permite-nos refletir sobre como os efeitos do preconceito linguístico representam um desafio a ser enfrentado de forma mais organizada pela sociedade brasileira. Nesse sentido, convém analisarmos as principais consequências que tornam essa questão ainda mais difícil de ser solucionada.     Em uma primeira análise, é preciso se considerar a gramática normativa como um princípio essencial para a continuidade do idioma. Entretanto, ainda que todos os brasileiros sejam falantes da Língua Portuguesa, ela apresenta várias diferenciações no que tange o complexo regional, etário, sexual, historiográfico, dentre outros fatores. Com isso, a língua é considerada um fluxo que se encontra em constante troca e transformações, sendo necessário que os estudantes de nível fundamental e médio sejam alfabetizados e assim aprendam as regras necessárias para ter domínio da norma culta, mas que também sejam ensinados a adequar a linguagem usada em cada ocasião.         Sob esse viés, pode-se evidenciar que a existência uma variante padrão faz com que as outras modalidades sejam ainda mais desprestigiadas. Em vista disso, esse tipo de preconceito faz com que a desigualdade social seja acentuada, pois a língua decorre das vivências e da cultura do falante, logo  os intelectualmente privilegiados apresentando maior nível de escolaridade e poder aquisitivo são quem realmente possuem o domínio da considerada "norma culta".  Dessa forma, o governo deve se posicionar sobre esse tema pouco debatido e ainda é importante analisar que indivíduos sofrem discriminação linguística todos os dias, tornando-se pessoas introspectivas e, até mesmo, depressivas.             O preconceito linguístico, portanto, representa uma ameaça concreta não apenas aos indivíduos diretamente envolvidos como a todos os cidadãos  que, indiretamente, também figuram como vítimas de seu legado. Diante do exposto, faz-se imprescindível que o Ministério da Educação intensifique a promoção de palestras em instituições de ensino, ministradas por pedagogos, linguistas e psicólogos, acerca da temática em questão, assim será possível incrementar à formação dos estudantes que o respeito à diversidade, seja ela linguística ou outra, deve ser prezado, assim o escritor Hazlitt poderá ter seus ideais alcançados de maneira plena.