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Enviada em: 14/08/2018

De acordo com o linguista José Luiz Fiorin, a variedade linguística é um importante elemento de inclusão, além de instrumento de afirmação da identidade de alguns grupos sociais. Entretanto, a indiferença à inserção dos grupos no Brasil reforça o preconceito linguístico. Com efeito, surge a problemática relacionada ao esteriótipo regional dos nordestinos e o preconceito linguístico social.      Em primeira análise, muitas pessoas nordestinas percebem o esteriótipo regional da língua ao se deslocar para outra região do país. Isso se deve ao fato do Nordeste ser uma região que apresenta elevados índices pobreza e analfabetismo, com números altos de migração, sobretudo, para a região Sudeste em busca de uma vida melhor. Logo, esse grupo foi historicamente alvo de piadas depreciativas por causa do sotaque que é a principal identidade cultural de um povo.     De outra parte, outro grupo que é vítima da discriminação linguística é o de menor prestígio social. Esse tipo de preconceito acentua mais a desigualdade social no país, pois a língua está ligada à estrutura e aos valores da sociedade, e os falantes da norma culta são, geralmente, aqueles que apresentam maior nível de escolaridade e poder aquisitivo. Destarte, em consequência disso, os indivíduos que sofrem esse tipo de rejeição podem desenvolver problemas de sociabilidade e baixa autoestima.    Torna-se evidente, portanto, que o preconceito linguístico é comum no Brasil. O governo, por sua vez, junto ao Ministério da Cultura, compete promover a valorização dos sotaques que registram a cultura de cada região brasileira por intermédio de palestras, cursos e propagandas nas mídias sociais, a fim de apresentar todas as variantes existentes na língua. Além disso, a escola, como instituição socializadora, deve apresentar profundamente nas aulas de português, a importância da gramática e o respeito aos menos esclarecidos didaticamente. Assim, o Brasil se tornará linguisticamente inclusivo, com José Fiorin afirmou.