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Enviada em: 15/08/2018

Chico bento, o caipira mais famoso dos quadrinhos, representa em seu modo de fala, uma variante linguística provinda de regiões interioranas de São Paulo. Com isso, diante da diversidade que integra a Língua Portuguesa, é necessário discutir o fenômeno social do preconceito linguístico, tendo em vista seu potencial excludente.   Em primeiro plano, é importante destacar que as raízes do preconceito linguístico estão fixadas no arcaico e equivocado pensamento de que apenas a norma culta padrão é a linguagem correta. Todavia, essa concepção, além de promover atos de segregação e preconceito, ignora a riqueza cultural e étnica que compõe a variabilidade linguística. Com isso, é evidente que a harmonia da língua portuguesa, se dá, justamente, pela sua alta capacidade de se adaptar a diferentes faixas etárias, condições socioeconômicas e regionais de nosso país. Logo, por não haver certo e errado em nossa Língua, é intolerável que haja discriminação social em razão dos diferentes modos de comunicação e fala.   Ademais, o brilhante físico Albert Einstein, já afirmava ser mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito. Com isso, devido à maioria dos falantes da norma culta padrão constituírem a população abastada e escolarizada, as variações da língua foram consideradas erradas. Prova disso foi a afirmação do maior estudioso da problemática no Brasil, Marcos Bagno, em que gramática normativa passou a ser um instrumento de poder e de controle. Logo, pessoas que não tiveram acesso ao ensino sofrem violência moral e psicológica, além de serem propícios à baixa autoestima, o que perpetua o quadro de exclusão social.      Diante disso, torna-se necessária a adoção de medidas. Portanto, o Ministério da Educação pode criar cursos de capacitação para professores de português acerca do combate ao preconceito linguístico, de modo à implantar na grade curricular da disciplina de linguagens, as diversas variações linguísticas e a importância de respeitá-las. Logo, com alunos informados das variedades da Língua Portuguesa, a tolerância reinará.