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Enviada em: 16/08/2018

Em ''A hora da estrela'', Clarice Lispector retrata a vida de Macabéa, personagem que sofre alto preconceito por seu vocabulário do interior. No entanto, a intolerância linguística não se limita somente à ficção; é a realidade brasileira, uma vez que o processo de elitização da língua criou a dicotomia do que é certo ou errado. Dessa forma, é importante buscar medidas que reprimam essa problemática.     Em um primeiro plano, destaca-se o processo histórico cultural na qual foi submetido o idioma. Segundo o filósofo Heráclito, há fluidez e movimento em todo elemento. Nesse sentido, observa-se a constante mudança sobre a língua no vasto território brasileiro que viabiliza a diferença de linguajar em cada região e grupo social. Portanto, entender essa pluralidade e variação significa se abster de julgamentos que inferiorizem o indivíduo.    Ademais, convém ressaltar que a desigualdade econômica existente fomenta a exclusão social dessas pessoas. É notório que a população de baixa renda, em muitos casos, não consegue obter uma boa educação e apresenta dificuldades para pronunciar e escrever as palavras, o que gera a rejeição por parte da sociedade, além da dificuldade de conseguir emprego. Dessa maneira, o artigo 5 da Constituição Federal deve ser respeitado, em que prevê que todos são iguais independente das diferenças.     Torna-se evidente, portanto, que a diversidade linguística deve ser entendida e não justifica intolerância. Logo, cabe à Mídia televisiva, junto ao Ministério da Educação, criar uma campanha educativa em forma de comercial acerca da importância de reconhecer as diferenças na comunicação, seja por questão social, histórico ou regional a fim de que haja entendimento da língua como mutável e não resulte em opressão. Assim, finalmente, histórias de rejeição como a de Macabéa ficarão apenas nos livros.