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Enviada em: 18/08/2018

Em meados do século XXI, o preconceito linguístico vem apresentando características que permeiam  na sociedade brasileira: a língua. Desse modo, a língua é um dos principais instrumentos que sustentam a vida em comunidade e interação entre os indivíduos. No entanto, ela também pode atuar de maneira negativa, sendo uma das principais ferramentas de segregação social. Logo, principalmente no Brasil, é um assunto muito evidente e, por isso, é preciso entender que há diversas variantes na língua, e uma não deveria ser mais prestigiada em relação às demais.       De maneira análoga, é importante destacar que, embora todos os brasileiros sejam falantes da Língua Portuguesa, ela apresenta diversas particularidades no contexto regional, etário, social e histórico. Isso significa que a linguagem está em constante transformação, e os responsáveis pelas mudanças são os próprios falantes, independente de classe social ou nível de escolaridade. Não raro, esses brasileiros sofrem “bullying” dentro das escolas, espaços onde a empatia e a elucidação deveriam se fazer presentes. Assim sendo, o papel dos professores é fundamental, por meio de dinâmicas em grupo, para trabalhar a inclusão e aceitação entre os estudantes.         Além disso, outro aspecto que merece destaque é o uso da língua a partir de interesses políticos, com fins de manipulação. Desde os sofistas, na Grécia Antiga, tal prática garante a formação de oligarquias, ou seja, a precariedade do ensino no Brasil é clarividente. Diante disso, muitos textos, principalmente jurídicos, são redigidos com jargões específicos, distanciando os cidadãos do conhecimento das próprias leis às quais eles são submetidos. Para tanto, somente um ensino com alteração da grade curricular, sendo pautado na situacionalidade bem como na plasticidade da língua, garantiria uma formação menos excludente.          Em síntese, vale ressaltar também que a língua é um fator decisivo na exclusão social. Por isso, o preconceito linguístico deve ser admitido e combatido. Primeiramente, as escolas deveriam fazer uma abordagem mais aprofundada sobre esse tema, além de ensinar, nas aulas de Português, todas as variantes existentes na língua. A mídia deveria parar de estereotipar os personagens de acordo com a sua maneira de falar e poderia investir em campanhas que ajudem a desconstruir o preconceito linguístico. Afinal, ser um “bom” falante é ser poliglota na própria língua.