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Enviada em: 20/08/2018

O processo de colonização brasileiro sofreu influência de diversos povos, em diferentes épocas do ano, e, dessa forma, originou os variados sotaques no país. Nesse sentido, hodiernamente, embora a diversidade linguística seja parte da identidade cultural dos brasileiros, ela encontra-se sabotada pelo preconceito linguístico. Isso se deve, principalmente, em virtude da ignorância de muitas pessoas nos dias atuais.              Em primeira análise, é possível afirmar que essa coerção exercida pela gramática normativa representa, na realidade, a falta de bom senso de algumas pessoas. Essa conjuntura ocorre em razão do desconhecimento ou da rejeição acerca da chamada variedade linguística, que diversifica as formas da comunicação oral, em decorrência da região, da profissão, ou, até mesmo da faixa etária em que o indivíduo é incluso. Dessa maneira, segundo Marcos Bagno, escritor de "Preconceito linguístico: o que é, como se faz", a arrogância, junto ao sentimento de superioridade, gera o conceito prévio e negativo sobre como a pessoa fala (diferente da norma culta, majoritariamente, aprendida na escola).                Nesse aspecto, os direitos à liberdade na fala e à igualdade - garantidos pela Constituição de 1988 - são desrespeitados em razão de serem apresentados apenas teoricamente, o que comprova a escassez da presença estatal no combate ao preconceito linguístico. Sob esse aspecto, assim como cita o físico Isaac Newton, um corpo não altera seu estado caso não haja a presença de uma força externa para isso. De modo análogo, a problemática supracitada só será resolvida por meio de uma interferência marcante do Estado, por intermédio da proposta abordada a seguir, com o intuito de garantir a tranquilidade do corpo social brasileiro.                Dessarte, cabe ao Poder Público, aliado às esferas municipais e estaduais, elaborar um projeto educacional, realizado anualmente, em todas as escolas do Brasil, por meio de palestras, festividades e apresentações das diferentes formas que o brasileiro tem de se expressar. Para tanto, é importante que estejam presentes pais e alunos, para que aprendam à respeito da diferenciação da língua em diferentes contextos, por meio de uma abordagem sistemática, com o intuito de mostrar que a norma culta não é a mais correta, é apenas a que melhor se aplica à determinada situação formal. Assim, por meio dessas alternativas, o preconceito linguístico deixará de ser um problema no país.