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Enviada em: 30/08/2018

Na obra literária " Casa Grande e Senzala " Gilberto Freyre defende que a pluralidade cultural presente no Brasil forma a identidade nacional, por isso toda forma de expressão deve ser respeitada. Todavia, essa concepção não é posta em prática, visto que na sociedade há discriminação linguística. Fato que decorre de raízes históricas-culturais e de influência midiática.   Mormente, o preconceito linguístico decorre de heranças históricas-culturais. Isso porque durante a colonização brasileira no século XVI, a língua indígena foi eliminada do país devido ao processo de imposição do português como linguajar único e oficial. Dessa forma, a sociedade por tender a incorporar as estruturas sociais de sua época, conforme a teoria socióloga de Bourdieu, naturalizou esse pensamento e reproduziu a ideia de hegemonia idiomática, logo, qualquer variação fora da norma culta padrão é considerada errada.   Ademais, evidencia-se a mídia como impulsionadora da intolerância referente a língua. Essa situação ocorre devido a perpetuação de novelas e histórias literárias como o Chico Bento que retratam os dialetos regionais, sobretudo o nordestino como cômico, ridicularizando-os. Destarte, corroborando para que seja intensificado o preconceito e exclusão, os quais ocasionam transtornos psicológicos e dificuldade na sociabilidade dos falantes.   Urge, portanto, a criação de medidas cabíveis que extinguam o preconceito linguístico no Brasil. Sob essa ótica, o Ministério da Educação deve promover o reconhecimento das variações da linguagem, por meio de teatros e aulas lúdicas de enfoque ao respeito, para que a diversidade seja enaltecida. Outrossim, é mister que a mídia promova o combate à intolerância, por intermédio de publicidades e filmes dedicados a valorizar os dialetos. Para que assim, o ideário de Freyre seja alcançado.