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Enviada em: 24/08/2018

Consoante ao poeta Cazuza, "Eu vejo o futuro repetir o passado", o prejulgamento linguístico não é um problema atual. Desde a colonização portuguesa no país essa vicissitude é uma realidade. De mesmo modo, na contemporaneidade, as dificuldades persistem, seja pela variação linguística regional ou pela imposição da formalidade escolar.      É indubitável que, no primeiro contato com o europeu, os índios nativos sofreram repressões a medida que a comunicação não se completava, pois ambos possuíam línguas totalmente diferentes. De acordo com a irônica frase do escrito Luiz Gasbaretto, enfrentar preconceitos é o preço que se paga por ser diferente; portanto, hoje, estamos submetidos a uma certa intolerância por vivermos em regiões desiguais do centro urbano e falarmos de maneiras distintas das tradicionais. Diante disso, nota-se que a diversidade linguística regional do país, contribuí para a persistência do preconceito.     Outrossim, cabe salientar que a exigência de norma culta no ambiente educacional é um fator essencial para ser analisado. O modernista Oswald de Andrade descreve bem essa ideia no poema "Pronomiais", salientando para que a "gramática do professor e do aluno" abandone o modo de falar do brasileiro. Logo, tendo em vista que as salas de aula impõe a falsa noção de regra correta, o acompanhamento oral da gramática dos livros  exclui o jeito de falar da população e faz com que a linguagem "formal" se torne adequada a todas as comunicações e a linguagem "informal" imprópria.     Consequentemente, medidas se mostram essenciais para solucionar o impasse. Caberá ao MEC (Ministério da Educação) juntamente com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), promover projetos educacionais a respeito da diversidade linguística e de sua importância nas escolas públicas e privadas, para os alunos do ensino regular e médio, através de uma ampla divulgação midiática na Rede Globo e RecordTV, que inclua propagandas televisivas, entrevistas em jornais e debates entre professores e alunos. Nesse sentido, o intuito de tal medida, deve ser o diagnóstico das carências de cada ambiente escolar e a erradicação do preconceito linguístico. Assim, uma ação iniciada no presente, é capaz de modificar o futuro das relações do diálogo brasileiro.