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Enviada em: 28/08/2018

É incontestável que a língua portuguesa se tornou um aspecto determinante para a construção social e asseguração da isonomia no Brasil. Nesse sentindo, mediante a fatores em âmbitos históricos, culturais e educacionais, o preconceito linguístico instalou-se na sociedade, haja vista a aversão das pessoas sobre a fuga do padrão de fala estabelecido pela gramática.     Em meados do século XVI, o processo de colonização no território brasileiro culminou em uma massiva onda de fusões culturais. Com ênfase, portugueses, índios e escravos iniciaram um constante processo de variedade linguística, uma vez que havia interação social cotidiana entre esses povos, no entanto, o português, por matrizes econômicas e hierárquicas, sobressaiu sobre as outras línguas. Consequentemente, o sistema educacional focou-se no padrão da elite e excluiu as demais influências da normatividade gramatical, o que refletiu na língua, o preconceito social vigente no país. Em vista disso, na contemporaneidade, é comumente observado pessoas sendo discriminadas por sua maneira de falar.     Outrossim, o governo é um dos maiores colaboradores para a negligencia dessa problemática, visto que, por meio do Ministério da Educação, proporcionou um ensino que não aceita divergências ao tradicionalismo na fala e na escrita. Conforme as ideias contratualistas de John Locke, o preconceito linguístico configura-se como uma violação do “contrato social”, já que o Estado promoveu e mantem uma estrutura de ensino segregacionista perante as mudanças nas formas de se comunicar. Com isso, a norma culta cria uma tendência de homogeneização da língua que fere as particularidades de diversos cidadãos, como os nordestinos, índios e os surdos.     É evidente, portanto, que essa conjuntura secular caminha na direção contrária das políticas que visam o bem-estar na sociedade. Por isso, a administração pública, por meio do MEC, deve promover um ensino inclusivo e evidenciador de diversos modos de comunicação aos estudantes a fim de promover a aceitação e a adequação aos contextos que eles serão inseridos. Assim, segundo Baruch Espinosa, não haverá esforço para deplorar certos falantes, mas sim, para entendê-los.