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Enviada em: 24/08/2018

Sob a perspectiva do dramaturgo e jornalista irlandês George Bernard Shaw, o progresso é impossível sem que haja mudanças. Isso pode ser relacionado, de maneira análoga, aos casos de preconceito linguístico na sociedade brasileira. Referente à questão, é nítida a influência do campo social, bem como os impactos das ações. Convém ressaltar, a princípio, que é preciso a observação dos fatores sociais para compreensão do assunto. Para o sociólogo francês Émile Durkheim, fato social é uma forma de pensamento coletivo cujas exterioridade, coercitividade e generalidade são aspectos intrínsecos. É indubitável que o conceito deve ser analisado ao referir-se a esse modo de discriminação, já que, notoriamente, a linguagem formal se sobressai diante das informais e regionais, devido à crença da superioridade da norma culta, causando efeitos negativos. Por conseguinte, acarreta em consequências desfavoráveis para os grupos menos abastados - os que mais desconhecem os padrões da língua. Sabe-se, inquestionavelmente, que a educação é um instrumento fundamental na promoção de conhecimentos de várias áreas - metodológicas ou não -, o que inclui a língua portuguesa. Assim, ao não obter o processo de maneira adequada, o indivíduo tangencia regras linguísticas, o que proporciona cenários de exclusão e preconceito que são evidenciados no cotidiano. Infere-se, portanto, que são necessárias medidas para viabilizar o ideal progressista de Shaw. Nesse sentido, é imprescindível as ações das instituições de ensino e da mídia na divulgação e no detalhamento da ampla variedade linguística existente em território nacional, trabalhando as diversas faces da língua portuguesa e suas significações históricas por meio de campanhas nos principais veículos midiático, de modo a erradicar o problema e acabar com os preconceitos acerca da pluralidade da língua. Destarte, seria possível alterar essa sociedade aos moldes de Durkheim e a atual conjuntura que rodeia o ambiente social brasileiro.