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Enviada em: 30/08/2018

Título: Sua língua, minha língua, nossa língua               A linguagem tem papel importante na comunicação entre seus falantes. Todavia, aqueles que apresentam desvios da norma-culta são ridicularizados com comentários preconceituosos. A variação linguística é uma característica que perpetua nas mais diversas sociedades devido a contextos históricos, geográficos, étnicos ou etários. Logo, é mister analisar os fatores que realizam a manutenção desta problemática a fim de acabar com o preconceito linguístico.        Em primeira instância, a variação linguística é decorrente de fatores que variam de acordo com as regiões e suas respectivas tradições. Durante a industrialização brasileira, que se fixou principalmente no Sudeste, criou-se o pensamento de que os sotaques dessa região eram "corretos", enquanto o de outros lugares, como o Nordeste, por exemplo, tornou-se motivo de chacota. No entanto, esses ideais de superioridade são contraditórios, pois, desde que a comunicação seja estabelecida, a língua cumpre o seu verdadeiro papel. Nos contos da "Turma da Mônica", de Maurício de Souza, o personagem Cebolinha ao pronunciar a letra "R", acaba por trocá-la pelo "L", contudo, a sua mensagem ainda é passada ao leitor.        Em segunda análise, a colonização do Brasil por países europeus como Portugal e Holanda à priori e a imigração de italianos e ingleses a posteriori colaboraram para a pluralidade dentro do mesmo idioma. A miscigenação de outras culturas e tradições em conjunto a brasileira permitiu a criação de particularidades específicas de cada região do país. Portanto, o português brasileiro trata-se de uma mistura de línguas, assim, é imprescindível considerar as mais diversas formas de se comunicar como únicas e, por conseguinte, essenciais para a formação da identidade brasileira.        Por fim, é preciso superar os desafios sobre a variação linguística a fim de acabar com o preconceito. Para isso, o Ministério da Educação (MEC), em união a mídia, deve apresentar atividades recreativas e pedagógicas nos corpos docentes, como a escola, a fim de debater sobre a diversidade de sotaques dentro do idioma brasileiro, desse modo, a figura do “cebolinha” pode ser usada para provocar a aceitação das crianças no que se refere a variação linguística. Outrossim, a mídia deve incluir em seus programas televisivos, como jornais e novelas, a presença de pessoas das mais variadas regiões do Brasil com o objetivo de aproximar as culturas. Desse modo, o artigo 5 da Constituição Federal será cumprido.