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Enviada em: 01/09/2018

Na obra ''Preconceito Linguístico: o que é,como se faz'' de Marcos Bagno, ele aborda que não existe uma forma certa ou errada dos usos da língua e que o preconceito linguístico é gerado pela ideia de que existe uma única língua correta (gramática normativa). Com isso, surge a problemática em não saber que a gramática não é língua, já que a gramática não inclui as expressões populares e variações linguísticas e também a grande exclusão social que esse preconceito pode gerar e afetar as pessoas.    Portanto, a língua é mutável e está associado as diferenças regionais desde dialetos, regionalismo, gírias e sotaques, os quais envolvem aspectos sociais, culturais e históricos de determinado grupo. Sendo assim, se torna impossível ter como única língua a gramática normativa já que ela é necessária em uma linguagem formal (culta) e a língua é informal (coloquial). Elas não se aplicam na mesma ocasião. E a cobrança, por exemplo, em provas da forma culta é enorme. Exemplo disso foi o INEP que foi alvo de críticas ao instruir os corretores de redação a aceitar pequenos ''desvios'' gramaticais.    Em consequência disso, o preconceito linguístico é um importante propulsor da exclusão social, pois exercer isso é retirar o direito de fala de milhares de pessoas que se exprimem em formas sem prestígio social. Esse preconceito acontece no teor de deboche, por muitos indivíduos considerarem sua maneira de falar superior ao de outros grupos, como por exemplo, os sulistas que consideram sua maneira de falar superior aos que vivem no norte do país. Ocorrem também. dentro de um mesmo estado, que uma pessoa que vive na capital acha sua língua superior ao que vive no interior. Outro exemplo é nas novelas, em que usam em seus personagens gírias e sotaques de determinado local de forma demasiada para mostrar por exemplo um local nordestino como um local em que as pessoas falam tudo errado menosprezando o local.    Em virtude dos fatos mencionados, as pessoas que sofrem esse preconceito podem ter problemas de sociabilidade ou distúrbios psicológicos. Devido a isso, as escolas tem um papel fundamental na influência sobre a forma como a língua e gramática podem se diferenciar. Assim, eles devem ensinar os alunos das variações linguísticas de cada região e de que nenhuma língua é superior à outra por seu estado de localização ser mais desenvolvida ou não.