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Enviada em: 01/09/2018

Desde o iluminismo,entende-se que uma sociedade só progride quando um se mobiliza com o problema do outro.No entanto,quando se observa a questão dos desafios do aprendizado do idioma brasileiro no país,verifica-se que esse ideal iluminista é contestado na teoria e não desejavelmente na prática,e a problemática persiste intrinsecamente ligada à realidade do país.Nesse contexto,torna-se clara a presença de variações linguísticas,bem como o preconceito linguístico,que contribui para a persistência da segregação social em nossa sociedade.   É indubitável que a questão constitucional e a sua aplicação estejam entre as causas do problema.Tal fato se reflete nos escassos investimentos governamentais,em qualificação profissional e em melhor suporte psicológico,medidas que tornariam o ambiente social com valores éticos e morais para os cidadãos.Por consequência de tais variantes da língua,é importante destacar que a linguagem está em constante transformação,e os responsáveis pelas mudanças são os próprios falantes,independentes de classe social ou nível de escolaridade.Dessa forma,não se deve desconsiderar a gramática normativa e suas regras,já que ela serve como base para o sustento do idioma,mas sim admitir que todas as variações são inerentes à língua.  Outro ponto relevante,nessa temática,é o preconceito,que ainda é agente ativo na manutenção e potencialização da desigualdade social entre a população brasileira frente à sociedade.Contudo,é fundamental pontuar que as variações linguísticas devem ser consideradas um valor cultural e não um problema.Hoje é comum,por exemplo,ver que indivíduos de baixa escolaridade, que sofrem discriminação linguística,tendem a desenvolver problemas de sociabilidade e,até mesmo,psicológicos.Pois,de acordo com Durkheim,o fato social é uma maneira de agir e de pensar,dotada de exterioridade,generalidade e coercitividade.   É evidente,portanto,que ainda há entraves para garantir a solidificação de políticas que visem a construção de um mundo melhor.Destarte,cabe à sociedade,em parceria com a mídia,a fim de buscar a conscientização,disseminar,nos meios de comunicação,propagandas que mostrem aos cidadãos o que as dificuldades em se aprender a língua português pode causar.Como já dito pelo pedagogo Paulo Freire,a educação transforma as pessoas e essas mudam o mundo.Ademais,o Ministério da Educação(MEC) deve instruir,nas escolas,palestras administradas por psicólogos,que discutam o combate ao preconceito linguístico,a fim de que o tecido social se desprenda de certos tabus para que não viva a realidade das sombras,assim como na alegoria da caverna de Platão.