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Enviada em: 04/09/2018

Desde o iluminismo,entende-se que uma sociedade só progride quando um se mobiliza com o problema do outro.No entanto,quando se observa a questão da prática do preconceito linguístico no país,verifica-se que esse ideal iluminista é contestado na teoria e não desejavelmente na prática,e a problemática persiste intrinsecamente ligada à realidade do país.Nesse contexto,torna-se clara a presença de diversas variantes na língua,bem como a segregação social,que contribui para a persistência dessa problemática em nossa sociedade.   É indubitável que a questão constitucional e a sua aplicação estejam entre as causas do problema.Tal fato se reflete nos escassos investimentos governamentais,em qualificação profissional e em melhor suporte psicológico,medidas que tornariam o ambiente social muito mais coeso e saudável para os cidadãos.Por consequência de tal variação linguística,a língua portuguesa apresenta diversas particularidades no contexto regional,etário,social e histórico.Isso significa que a linguagem está em constante transformação,e os responsáveis pelas mudanças são os próprios falantes.Dessa forma,não se deve desconsiderar a gramática e suas regras,já que ela serve como base para o sustento do idioma,mas sim admitir que todas as variações são inerentes à língua.  Outro fator relevante,nessa temática,é o preconceito linguístico que ainda é agente ativo na manutenção e potencialização da segregação social frente à sociedade.Contudo,é fundamental pontuar que esse tipo de preconceito-pouco discutido no Brasil-acentua ainda mais a desigualdade social no país,pois a língua está totalmente ligada à estrutura e aos valores da sociedade,e os falantes da norma culta são aqueles que apresentam maior nível de escolaridade e poder aquisitivo.Assim,por exemplo,os indivíduos que sofrem discriminação linguística tendem a desenvolver problemas de sociabilidade e,até mesmo,psicológicos.Pois,de acordo com Durkheim,o fato social é uma maneira de agir e de pensar,dotado de exterioridade,generalidade e coercitividade.   É evidente,portanto,que ainda há entraves para garantir a solidificação de políticas que visem a construção de um mundo melhor.Destarte,cabe à sociedade,em parceria com a mídia,a fim de conscientizar,disseminar,nos meios de comunicação,propagandas que através de fóruns e grupos de apoio à causa,mostrem aos cidadãos  que a língua é um fator decisivo na exclusão social.Como já dito pelo pedagogo Paulo Freire,a educação transforma as pessoas e essas mudam o mundo.Ademais,o Ministério da Educação(MEC) deve instruir,nas escolas,palestras administradas por psicólogos,que discutam o combate ao preconceito linguístico,a fim de que o tecido social se desprenda de certos tabus para que não viva a realidade das sombras,assim como na alegoria da caverna de Platão.