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Enviada em: 04/09/2018

Durante o Modernismo no Brasil, principalmente na primeira geração, os autores voltavam suas obras para a valorização da linguagem coloquial, ou também chamada de "língua do povo". Hodiernamente, entretanto, há uma vasta discrepância entre os preceitos modernistas e o que ocorre na realidade,  oposição essa representada pela intolerância linguística. Diante disso, é necessário não só analisar as causas do impasse, mas também suas consequências.     É relevante abordar, primeiramente, o viés histórico como esteio para a problemática. No decorrer da colonização brasileira, ocorreu a sobreposição dos costumes lusitanos, mormente da língua portuguesa em detrimento das demais. Como resultado disso, observa-se atualmente o crescente preconceito linguístico contra aqueles que se expressam de forma divergente a norma culta. O Brasil, mesmo construído por uma mistura de línguas, sotaques e pronúncias, sufoca-as em favor do padrão estabelecido anteriormente no Período Colonial.     Outrossim, cabe também abordar os resultados negativos da temática supracitada. A marginalização de pessoas que não seguem os padrões linguísticos considerados corretos é alarmante. A título de exemplo, no seriado norte-americano "That 70´s Show", o personagem Fez, que é  um estrangeiro  residente Estados Unidos, é motivo de chacota entre seus colegas pelo fato de não conseguir se expressar de forma adequada, cometendo alguns erros gramaticais. Fora da ficção, a intolerância linguística se apresenta assídua e preocupante na sociedade brasileira, sendo necessárias medidas para poder mudar o cenário vigente.     Dessarte, a fim de dar continuidade às ideias modernistas, é de função da escola e das universidades  promover aulas e gincanas que retratem a enorme variedade linguística existente no país, como forma de romper com os ideais obsoletos de que existe apenas uma única forma de falar e/ou escrever corretamente. Paralelo a isso, urge que a sociedade - como principal agente transformador - por meio de diálogos e por troca de informações, propague o respeito e tolerância a qualquer que seja a variante da linguagem brasileira. Com isso, será possível transformar os indivíduos e assim, a atual realidade, pois como proferido por Bernad Shaw: aqueles que não conseguem alterar seus pensamentos nada são capazes de modificar.