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Enviada em: 11/10/2018

A linguagem pode ser entendida como um sistema capaz de representar e expressar a experiência de vida de cada indivíduo. Mesmo que todos os humanos desenvolvam a capacidade de comunicação através da linguagem, no Brasil, a língua ainda se mostra como um tabu para a maior parcela da população, uma vez que houve uma ultra valorização sistemática da norma culta, oprimindo a maior parte da população através da discriminação de erros gramaticais, sem que as escolas combatessem o preconceito.  É pertinente elencar que a educação no Brasil está baseada em um processo de aculturação. Da mesma forma que os jesuítas impuseram o português aos indígenas, a educação atual impõe aos alunos a norma culta da língua, esquecendo as variações que os alunos são apresentados no dia-a-dia. Cria-se um sentimento de superioridade por aqueles que conseguem dominar a norma culta, ao passo que não se ensina o apreço pelas demais variantes linguísticas. Em decorrência disso, o preconceito linguístico está presente no cotidiano dos brasileiros, mesmo que de forma sutil.  Sob a ótica de Marcos Bagno, importante linguista brasileiro, a língua se tornou um elemento de segregação. Para ele, há uma movimentação da elite para se auto afirmar perante as demais classes através da fala e do preconceito linguístico contra erros gramaticais cometidos por pessoas que não tiveram acesso a uma educação de qualidade. A elite, junto às mídias, cria personagens estereotipados para cada vez mais enraizar o desprezo por variantes que não sejam a norma culta.  Fica claro, dessa forma, que o preconceito linguístico é não só uma violência, mas também uma opressão. A fim de minimizar o preconceito linguístico, é necessário que o Ministério da Educação faça uma reforma no ensino de português nas escolas, estimulando o contato com as variações linguísticas por obras literárias regionalistas, para conscientizar o estudante e formar uma geração que respeite e aprecie uma língua mais verdadeira.