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Enviada em: 27/06/2017

Os sotaques, dialetos e gírias, são constituintes da identidade cultural, seja ela, local, regional ou da própria nação. No entanto, ao longo da história brasileira, ainda que embasada sobre o berço do multiculturalismo, o preconceito linguístico enraizou-se no âmbito social, mesmo que invisível à primeira vista, mas não de forma menos perversa. Assim, faz-se necessário analisar suas manifestações ao longo do tempo, bem como suas repercussões para os dias atuais.    A  História é pródiga em apresentar os caminhos dessa problemática. Logo após a chegada dos colonizadores europeus, os habitantes nativos dessa terra, o povo indígena, foi obrigado a aprender a nova língua, a qual se impunha como correta. Já no Estado Novo brasileiro, os imigrantes alemães foram proibidos de falar sua língua nas ruas, em supermercados e escolas. Atualmente, o preconceito continua existindo, relacionado, não só, mas principalmente, aos sotaques regionalistas, não raro, entre sulistas e nordestinos.   É importante pontuar, ainda, que tal preconceito, além de ultraje às diferenças culturais e identitários de um povo, prejudica, inclusive, a formação dos futuros cidadãos. Nas escolas, muitos dos alunos do meio rural são inferiorizados e excluídos de determinados círculos de amizade devido sua maneira de falar diferente da dos outros colegas. Consequentemente, sofrem com a aprendizagem, problemas emocionais e psicológicos ao longo do ciclo escolar.     Percebe-se, portanto, que o preconceito linguístico é fruto do processo histórico e afeta a sociedade como um todo. A fim de acabar com esse problema, é necessário o Governo Federal investir em campanhas nas mídias em incentivo ao espírito de respeito às diversidades do falar brasileiro, deixando claro a não existência de uma espécie de "Politicamente correto'' na língua de um povo, mas variantes de processos culturais. Some-se a isso, o dever da comunidade escolar(pais, professores, diretores, etc.), através de atividades criativas, desde cedo, ensinar a importância desse respeito às crianças, com objetivo de que não venham reproduzi-lo no ambiente escolar  e quando adultas. Como pontuou Nelson Mandela:'' o respeito em todas as suas formas contribui para uma sociedade mais feliz e saudável''.