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Enviada em: 07/07/2017

"O julgamento depreciativo, desrespeitoso, jocoso e consequentemente, humilhante da fala do outro ou da própria fala", segundo Marta Scherre, demonstra o julgamento contra determinadas variedades linguísticas atingindo a grupos de menor prestígio social julgados como inferiores, aumentando, assim, o preconceito no país. Logo, torna-se necessária a discussão de medidas que resolvam definitivamente a questão.              Desde o descobrimento do Brasil em 1500, percebe-se a supremacia e a imposição da língua portuguesa sobre a língua Tupi dos índios, sendo esta considerada imprópria pelos colonizadores. Fora deste contexto histórico, atualmente, a cultura gerada pela ideia de que existe uma língua correta, baseada na gramática normativa, colabora com a prática e com o pensamento de exclusão social, principalmente contra migrantes de outras regiões do país que apresentam prosódias dessemelhantes. É importante salientar que a cada nova geração, há a criação de novas palavras e definições, provocando mudanças na língua.                Entretando, medidas são necessárias para resolver o impasse. Devido a grande extensão do território brasileiro, as diversas variações linguísticas ocasionam estranhamento, podendo gerar diversos tipos de violência como: física, verbal e psicológica. Além disso, a gramática normativa impõe regras padronizadas que impedem o entendimento de pessoas nécias.               Torna-se evidente, portanto, que os parâmetros da conjuntura atual precisam ser revertidos. Em parceria com ONGs, o Ministério da Cultura deve incentivar a valorização dos sotaques brasileiros, proporcionando peças de teatros gratuitas a toda população e também, enaltercer as regiões fazendo propagandas que incentivem o turismo para estas. Ademais, a Polícia Civil deve criar sites sigiolosos para denúncias contra o preconceito linguístico, punindo com medidas socioeducativas. De acordo com Immanuel Kant: "O ser humano é aquilo que a educação faz dele". Assim sendo, o MEC deve instituir palestras ministradas por psicólogos alertando, orientando e discutindo sobre a valorização da cultura linguística a fim de não ser um dos fatores para exclusão social. Dessa forma, pode-se fazer com que cenários descritos por Marta Scherre deixem de ser realidade no mundo atual.