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Enviada em: 24/08/2017

Spinoza tinha razão    Desde o período colonial, com as missões jesuítas, foi ensinado o português em detrimento das línguas indígenas aqui faladas, representando assim, a concepção de falar certo ou errado com base em uma gramática existente. Dessa forma é preciso entender as causas e consequências dessa herança colonial para a sociedade contemporânea.     Inicialmente é necessário compreender  que para a linguística, o falar certo ou errado depende do sucesso na comunicação entre locutor e interlocutor. Ou seja, se ambos conseguem entender a linguagem do outro,houve uma correta comunicação. Todavia, ainda há no país, a ideia de "língua pura"_somente aquela existente na gramática_ marginalizando assim, quem se expressa com gírias, falares regionais ou diferente da escrita normativa.    É importante observar, como consequência, uma cultura de acepção de pessoas: quem fala de acordo com a gramática tem mais inteligência; argumentação ou melhor escolaridade, por exemplo, daqueles que não se expressam assim. Tal pensamento, bastante aclamado pelo Parnasianismo, foi duramente criticado por diversos escritores Modernistas, como Oswald de Andrade, que defendia a importância de valorizar os diversos falares na construção de uma identidade cultural própria. Logo, o Brasil por ser um país altamente miscigenado, possui distintas línguas e portanto, devem ser respeitadas em prol de um país mais igualitário.   Nota-se, então, que o preconceito linguístico é altamente antiquado e nocivo, portanto, precisa ser combatido com medidas, tais como: criação de um orgão federal que defenda os variados falares nacionais; bem como criação, pelo legislativo, de lei que criminaliza o preconceito linguístico; como também parceria do MEC e as escolas para promoção do dia da diversidade linguística, como forma de ensino multidisciplinar e também, combate ao preconceito. Pois de acordo com o pensamento do filósofo racionalista, Baruck Spinoza, não deve-se rir ou odiar o "diferente", mas compreendê-lo. Logo, compreender significa adotar medidas que visem o respeito de outrem, tornando assim, as pessoas mais tolerantes para com as demais.